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Professores não vêem mudança na Fuvest
USP anunciou implementação de questões interdisciplinares, mas coordenadores de cursinho e alunos não sentiram diferença
Índice de faltosos no processo seletivo foi de 5,17%, menor que o registrado no ano passado, que ficou em 7,05%
DA REPORTAGEM LOCAL
Apresentados pela USP como novidades neste ano, a presença de questões interdisciplinares e o fim da divisão da prova por matérias não trouxeram
grandes mudanças no exame
da Fuvest, dizem professores
de cursinhos e alunos que resolveram ontem a primeira fase
do maior vestibular do país.
As mudanças foram feitas
pela universidade na tentativa
de selecionar estudantes que
saibam relacionar as diferentes
áreas do conhecimento.
"Estou decepcionada com as
interdisciplinares", disse Vera
Lúcia Antunes, coordenadora
do curso Objetivo. "Era o que a
Fuvest já fazia. Para que assustar os alunos?" Para o coordenador do Etapa, Carlos Eduardo Bindi, "depois de tudo o que
foi falado, a prova surpreendeu
por não trazer surpresas". Ele
cita a questão interdisciplinar
que usa o filme "A Marcha dos
Pingüins", como tema de uma
pergunta de física. "Coisas assim já eram feitas."
"As matérias apareceram em
blocos, sendo um de interdisciplinares", apontou o coordenador do Anglo, Nicolau Marmo.
Os três professores consideraram o exame mais simples do
que o do ano passado.
Na prova de história, o coordenador da área do Objetivo,
Daily Oliveira, apontou uma
imprecisão na pergunta que
aborda o orador Demóstenes.
"A alternativa c, sugerida pelo
gabarito, exclui Esparta e está
incorreta." Professores do Anglo e do Etapa discordaram.
Estudantes
Os alunos também não perceberam grandes mudanças.
"Esperava mais de intertextualidade, por tudo o que foi comentado", disse o vestibulando
de medicina Arthur Baston, 19.
Se a formulação das perguntas não trouxe alterações na
prática, outra mudança implementada pela Fuvest foi sentida: a diminuição do número de
questões, de cem para 90, com
a manutenção do tempo máximo de cinco horas. "Foi o tempo certo para resolver", disse a
aspirante a um posto em lazer e
turismo Ana Carolina Leite, 21.
A Fuvest não se manifestou
ontem sobre a impressão de
alunos e professores. Segundo a
fundação, não houve incidentes durante a prova.
O índice de abstenção foi de
5,17%, menor que no exame do
ano passado, que ficou em
7,05%. Ao todo, compareceram
135.283 estudantes do total de
142.656 inscritos.
Neste exame, estão disponíveis 10.482 vagas, sendo 10.202
na USP, cem na Santa Casa e
180 na Academia de Polícia Militar do Barro Branco.
A lista de classificados para a
segunda fase sairá em 15 de dezembro, quando será possível
avaliar a eficácia de outra mudança no vestibular: a concessão de um bônus de 3% na nota
dos alunos da escola pública.
(FÁBIO TAKAHASHI, SIMONE HARNIK E VINÍCIUS CAETANO SEGALLA)
NA INTERNET - veja a resolução
das questões em
www.folha.com.br/063251
PODCAST - ouça o comentário dos
professores do Anglo em
www.vestibucast.com.br
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