São Paulo, segunda-feira, 27 de novembro de 2006

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Professores não vêem mudança na Fuvest

USP anunciou implementação de questões interdisciplinares, mas coordenadores de cursinho e alunos não sentiram diferença

Índice de faltosos no processo seletivo foi de 5,17%, menor que o registrado no ano passado, que ficou em 7,05%

DA REPORTAGEM LOCAL

Apresentados pela USP como novidades neste ano, a presença de questões interdisciplinares e o fim da divisão da prova por matérias não trouxeram grandes mudanças no exame da Fuvest, dizem professores de cursinhos e alunos que resolveram ontem a primeira fase do maior vestibular do país.
As mudanças foram feitas pela universidade na tentativa de selecionar estudantes que saibam relacionar as diferentes áreas do conhecimento.
"Estou decepcionada com as interdisciplinares", disse Vera Lúcia Antunes, coordenadora do curso Objetivo. "Era o que a Fuvest já fazia. Para que assustar os alunos?" Para o coordenador do Etapa, Carlos Eduardo Bindi, "depois de tudo o que foi falado, a prova surpreendeu por não trazer surpresas". Ele cita a questão interdisciplinar que usa o filme "A Marcha dos Pingüins", como tema de uma pergunta de física. "Coisas assim já eram feitas."
"As matérias apareceram em blocos, sendo um de interdisciplinares", apontou o coordenador do Anglo, Nicolau Marmo.
Os três professores consideraram o exame mais simples do que o do ano passado.
Na prova de história, o coordenador da área do Objetivo, Daily Oliveira, apontou uma imprecisão na pergunta que aborda o orador Demóstenes. "A alternativa c, sugerida pelo gabarito, exclui Esparta e está incorreta." Professores do Anglo e do Etapa discordaram.

Estudantes
Os alunos também não perceberam grandes mudanças. "Esperava mais de intertextualidade, por tudo o que foi comentado", disse o vestibulando de medicina Arthur Baston, 19.
Se a formulação das perguntas não trouxe alterações na prática, outra mudança implementada pela Fuvest foi sentida: a diminuição do número de questões, de cem para 90, com a manutenção do tempo máximo de cinco horas. "Foi o tempo certo para resolver", disse a aspirante a um posto em lazer e turismo Ana Carolina Leite, 21.
A Fuvest não se manifestou ontem sobre a impressão de alunos e professores. Segundo a fundação, não houve incidentes durante a prova.
O índice de abstenção foi de 5,17%, menor que no exame do ano passado, que ficou em 7,05%. Ao todo, compareceram 135.283 estudantes do total de 142.656 inscritos.
Neste exame, estão disponíveis 10.482 vagas, sendo 10.202 na USP, cem na Santa Casa e 180 na Academia de Polícia Militar do Barro Branco.
A lista de classificados para a segunda fase sairá em 15 de dezembro, quando será possível avaliar a eficácia de outra mudança no vestibular: a concessão de um bônus de 3% na nota dos alunos da escola pública. (FÁBIO TAKAHASHI, SIMONE HARNIK E VINÍCIUS CAETANO SEGALLA)


NA INTERNET - veja a resolução das questões em www.folha.com.br/063251

PODCAST - ouça o comentário dos professores do Anglo em www.vestibucast.com.br



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