São Paulo, sexta-feira, 27 de novembro de 2009

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Para consumidor, Light é a 3ª pior empresa do Sudeste

Insatisfação foi medida pela Aneel em pesquisa feita antes dos blecautes que aconteceram no Leblon e em Ipanema nesta semana

SAMANTHA LIMA
DA SUCURSAL DO RIO

Os clientes das empresas de luz do Estado do Rio estão entre os mais insatisfeitos do país. Responsável por um blecaute de quase 24 horas na região mais rica do Rio nesta semana, a Light é a terceira pior grande empresa da região Sudeste, na opinião dos consumidores, segundo a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), abaixo da média do país.
O Iasc (Índice Aneel de Satisfação do Consumidor), calculado anualmente pela Aneel, atribuiu nota 64,22 à empresa, que tem 3,9 milhões de clientes. A média da região Sudeste foi de 67,54, e a brasileira, 66,74.
A mais mal avaliada foi a Escelsa, de São Paulo, com nota 60,97, seguida da Ampla, do Rio, com nota 64,03.
Grandes concessionárias paulistas estão acima da média brasileira: Eletropaulo (71,51); Elektro (70,21); Bandeirante (69,67); CPFL Piratininga (69,08) e CPFL (68,15). Com exceção da Eletropaulo, as paulistas estão abaixo de empresas do Sul, com média de 71,27.
A pesquisa foi feita com 450 consumidores de cada empresa, nos meses de julho e agosto. O levantamento leva em consideração apenas a percepção do cliente quanto ao atendimento da concessionária, e não informações sobre frequência e duração das interrupções.
Segundo o presidente da Light, José Luiz Alquéres, a piora na avaliação do cliente se deve à crise, já que a inadimplência cresceu, e da maior ação de corte das ligações clandestinas -a empresa é uma das campeãs de roubo de luz, com índice próximo a 20%. "Ninguém gosta de ter sua luz cortada ou seu "gato" eliminado", diz.
Ricardo Corrêa, analista do setor elétrico da Ativa Corretora, considera baixo o nível de planejamento da empresa. "Há um problema de infraestrutura cada vez mais evidente. O sistema está sobrecarregado", diz.
Nos quesitos técnicos, nos 12 últimos meses até setembro, a Light tinha a quinta mais baixa média de tempo sem luz por ano e, em frequência de interrupções, o menor número entre as grandes. Os dados ainda não consideram a interrupção na linha subterrânea que deixou Ipanema e Leblon às escuras nesta semana.
As linhas subterrâneas atendem 20% dos clientes da Light. Alquéres reconhece que investe proporcionalmente menos nas redes subterrâneas. "As redes subterrâneas são mais estáveis, estão livres de ventos e quedas de árvore, por exemplo". Dos R$ 300 milhões a serem investidos em rede em 2010, as linhas sob as ruas levarão R$ 40 milhões.
Segundo Alquéres, a rede subterrânea é antiga. "É da década de 50, antiga, tem remendos, o que é normal", diz.
Ele descarta falta de manutenção e promete uma força-tarefa para vistoriar a rede subterrânea. Ontem, porém, houve novos casos de apagão na cidade. À tarde, estavam sem luz os bairros de Ilha do Governador, Ramos, Vidigal, Botafogo, Jacarepaguá e Alto da Boa Vista. A sede do clube Flamengo também ficou sem energia.


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