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Para consumidor, Light é a 3ª pior empresa do Sudeste
Insatisfação foi medida pela Aneel em pesquisa feita antes dos blecautes que aconteceram no Leblon e em Ipanema nesta semana
SAMANTHA LIMA
DA SUCURSAL DO RIO
Os clientes das empresas de
luz do Estado do Rio estão entre os mais insatisfeitos do país.
Responsável por um blecaute
de quase 24 horas na região
mais rica do Rio nesta semana,
a Light é a terceira pior grande
empresa da região Sudeste, na
opinião dos consumidores, segundo a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), abaixo
da média do país.
O Iasc (Índice Aneel de Satisfação do Consumidor), calculado anualmente pela Aneel, atribuiu nota 64,22 à empresa, que
tem 3,9 milhões de clientes. A
média da região Sudeste foi de
67,54, e a brasileira, 66,74.
A mais mal avaliada foi a Escelsa, de São Paulo, com nota
60,97, seguida da Ampla, do
Rio, com nota 64,03.
Grandes concessionárias
paulistas estão acima da média
brasileira: Eletropaulo (71,51);
Elektro (70,21); Bandeirante
(69,67); CPFL Piratininga
(69,08) e CPFL (68,15). Com
exceção da Eletropaulo, as paulistas estão abaixo de empresas
do Sul, com média de 71,27.
A pesquisa foi feita com 450
consumidores de cada empresa, nos meses de julho e agosto.
O levantamento leva em consideração apenas a percepção do
cliente quanto ao atendimento
da concessionária, e não informações sobre frequência e duração das interrupções.
Segundo o presidente da
Light, José Luiz Alquéres, a
piora na avaliação do cliente se
deve à crise, já que a inadimplência cresceu, e da maior
ação de corte das ligações clandestinas -a empresa é uma das
campeãs de roubo de luz, com
índice próximo a 20%. "Ninguém gosta de ter sua luz cortada ou seu "gato" eliminado", diz.
Ricardo Corrêa, analista do
setor elétrico da Ativa Corretora, considera baixo o nível de
planejamento da empresa. "Há
um problema de infraestrutura
cada vez mais evidente. O sistema está sobrecarregado", diz.
Nos quesitos técnicos, nos 12
últimos meses até setembro, a
Light tinha a quinta mais baixa
média de tempo sem luz por
ano e, em frequência de interrupções, o menor número entre as grandes. Os dados ainda
não consideram a interrupção
na linha subterrânea que deixou Ipanema e Leblon às escuras nesta semana.
As linhas subterrâneas atendem 20% dos clientes da Light.
Alquéres reconhece que investe proporcionalmente menos
nas redes subterrâneas. "As redes subterrâneas são mais estáveis, estão livres de ventos e
quedas de árvore, por exemplo". Dos R$ 300 milhões a serem investidos em rede em
2010, as linhas sob as ruas levarão R$ 40 milhões.
Segundo Alquéres, a rede
subterrânea é antiga. "É da década de 50, antiga, tem remendos, o que é normal", diz.
Ele descarta falta de manutenção e promete uma força-tarefa para vistoriar a rede subterrânea. Ontem, porém, houve
novos casos de apagão na cidade. À tarde, estavam sem luz os
bairros de Ilha do Governador,
Ramos, Vidigal, Botafogo, Jacarepaguá e Alto da Boa Vista. A
sede do clube Flamengo também ficou sem energia.
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