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Tiroteios ferem moradores e militares
Bandidos também foram atingidos nos confrontos no Complexo do Alemão, na zona norte
Ontem, o movimento foi intenso no hospital Getúlio Vargas, na Penha, que recebeu os feridos da troca de tiros
FELIPE CARUSO
DO RIO
Nove pessoas baleadas ontem foram levadas para o
hospital Getúlio Vargas, na
Penha (zona norte do Rio),
preparado para receber exclusivamente as vítimas dos
tiroteios entre criminosos e
militares. Duas chegaram
mortas ao hospital.
Um era Thiago Ferreira da
Silva, 24, também conhecido
como Thiaguinho G3 e apontado como traficante da favela da Fazendinha, no Complexo do Alemão. Ele levou
um tiro no tórax.
Uma menina de dois anos
foi ferida de raspão no braço
esquerdo quando estava em
casa, na favela Nova Brasília.
Após o susto, às 19h30, ela
deixou o hospital com a avó,
Emília Penha. "Até chegar
aqui foi um susto muito grande, porque tinha muito sangue", disse a avó.
Das forças policiais e militares, foram três feridos, sem
gravidade. Ao sair do hospital, o tenente Rafael Querido,
28, do 16º Batalhão da PM,
baleado na perna, contou
que os homens que o atingiram estavam atrás de uma
parede falsa de uma casa.
O soldado do Exército Walbert Rocha da Silva,19, atingido na coxa direita, chegou
ao hospital de "caveirão".
Maria Luiza de Moraes, 61,
atingida por estilhaços de
uma bala, e Rogério Cavalcante, 34, gravemente baleado na barriga, ficaram internados no Getúlio Vargas.
DINHEIRO DESAPARECIDO
O pastor evangélico Ronai
Braga, 32, acusa a Polícia Civil de arrombar sua casa na
Vila Cruzeiro (zona norte) e
levar R$ 31 mil que ele guardava para dar entrada num
apartamento em área fora da
favela, no bairro da Penha.
O dinheiro seria resultado
da rescisão do contrato de
trabalho em uma loja de roupas e era a metade do valor
do imóvel que ia comprar.
Braga mora com a mulher
e dois filhos na parte térrea
de um sobrado na favela. A
família teria saído e encontrou a casa revirada ao voltar.
Além do dinheiro, teriam
sumido um relógio e uma
bolsa com cartões, segundo
ele. O pastor evangélico foi
orientado a registrar ocorrência na 22ª DP, na Penha.
Titular da 22ª a delegada
Márcia Beck afirmou que vai
investigar o fato. Até 19h de
ontem, não havia registro de
apreensão de dinheiro na
operação da Vila Cruzeiro.
Na delegacia estavam também as irmãs Carla da Costa
Pinheiro, 34, e Patrícia da
Costa Pinheiro, 32. Elas registraram uma ocorrência de
tentativa de intimidação.
Segundo Carla, policiais
do Bope foram à sua casa e
queriam forçá-la a confessar
vínculo com o tráfico.
"Tudo que temos foi adquirido com trabalho nosso e
dinheiro da pensão da minha
mãe", disse Carla.
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