São Paulo, sábado, 27 de novembro de 2010

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Para turistas estrangeiros, Rio continua lindo

VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
ENVIADO ESPECIAL AO RIO

CRISTINA MORENO DE CASTRO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Em meio à onda de violência, o Rio de Janeiro continua lindo -ao menos para os turistas estrangeiros. É difícil achar hospedagem na zona sul. A maioria dos hotéis está com a lotação esgotada para o fim de semana, com diária média de balcão de R$ 600.
Informados do conflito armado, mas despreocupados de que chegue até eles, a única prevenção é não ostentar sinais de riqueza, como relógios, iPhones ou câmeras.
"Vim várias vezes ao Rio e esta é a primeira vez que vejo uma guerra. Estou tranquilo, desde que não nos roubem", diz o americano Daniel Liu, na orla de Copacabana.
No balcão de uma casa de sucos, a maior preocupação do professor norueguês Vik Björn era não conseguir se expressar com a atendente.
"Vi as notícias na TV, mas não entendo bem por que as pessoas se matam. Aqui na praia parece tudo tranquilo."
No mirante do elevador do morro do Cantagalo, uma das favelas ocupadas pela polícia, estrangeiros admiravam-se por poder subir na favela em meio ao confronto armado em outras regiões.

BRASILEIROS
Os viajantes brasileiros, no entanto, não são tão confiantes. O clima entre a maioria dos 20 passageiros com que a Folha falou na ponte aérea em Congonhas, era de receio.
A química Angela Nascimento, 57, ia para o Rio na quarta, mas preferiu adiar para amanhã, "se melhorar".
Empresários relatam que estão cancelando reuniões, fechando mais cedo ou buscando alternativas para funcionários que moram perto das zonas de conflito do Rio.
A empresa do executivo Renato Ferreira, 51, está pagando hotel para alguns empregados não terem que ir para casa passando por locais "mais complicados".
Na Petrobras, quem mora em área de risco pôde sair mais cedo. Na Eletrobrás, os funcionários foram liberados às 16h.
O eletricista Geraldo Honório, 58, voltou para casa ontem antes do meio-dia. Anteontem, ele esperou seis horas na Central do Brasil até aparecer um ônibus "cuspindo gente pela janela" à 0h.


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