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Para turistas estrangeiros, Rio continua lindo
VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
ENVIADO ESPECIAL AO RIO
CRISTINA MORENO DE CASTRO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Em meio à onda de violência, o Rio de Janeiro continua
lindo -ao menos para os turistas estrangeiros. É difícil
achar hospedagem na zona
sul. A maioria dos hotéis está
com a lotação esgotada para
o fim de semana, com diária
média de balcão de R$ 600.
Informados do conflito armado, mas despreocupados
de que chegue até eles, a única prevenção é não ostentar
sinais de riqueza, como relógios, iPhones ou câmeras.
"Vim várias vezes ao Rio e
esta é a primeira vez que vejo
uma guerra. Estou tranquilo,
desde que não nos roubem",
diz o americano Daniel Liu,
na orla de Copacabana.
No balcão de uma casa de
sucos, a maior preocupação
do professor norueguês Vik
Björn era não conseguir se
expressar com a atendente.
"Vi as notícias na TV, mas
não entendo bem por que as
pessoas se matam. Aqui na
praia parece tudo tranquilo."
No mirante do elevador do
morro do Cantagalo, uma
das favelas ocupadas pela
polícia, estrangeiros admiravam-se por poder subir na favela em meio ao confronto
armado em outras regiões.
BRASILEIROS
Os viajantes brasileiros, no
entanto, não são tão confiantes. O clima entre a maioria
dos 20 passageiros com que a
Folha falou na ponte aérea
em Congonhas, era de receio.
A química Angela Nascimento, 57, ia para o Rio na
quarta, mas preferiu adiar
para amanhã, "se melhorar".
Empresários relatam que
estão cancelando reuniões,
fechando mais cedo ou buscando alternativas para funcionários que moram perto
das zonas de conflito do Rio.
A empresa do executivo
Renato Ferreira, 51, está pagando hotel para alguns empregados não terem que ir
para casa passando por locais "mais complicados".
Na Petrobras, quem mora
em área de risco pôde sair
mais cedo. Na Eletrobrás, os
funcionários foram liberados
às 16h.
O eletricista Geraldo Honório, 58, voltou para casa
ontem antes do meio-dia.
Anteontem, ele esperou seis
horas na Central do Brasil até
aparecer um ônibus "cuspindo gente pela janela" à 0h.
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