São Paulo, sábado, 27 de novembro de 2010

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Universidades da Suécia tentam atrair alunos brasileiros

Estudantes de mestrado e doutorado são os principais alvos das instituições, que divulgarão cursos no Brasil

Escolas temem perder alunos estrangeiros por cobrança de taxas, antes inexistentes, em cursos de mestrado

FÁBIO TAKAHASHI
ENVIADO ESPECIAL À SUÉCIA

De um lado, cursos de boa qualidade (em inglês), povo amigável e um novo programa de bolsas de estudo. Do outro, novas taxas, alto custo de vida e inverno rigoroso.
Em meio a vantagens e desvantagens, a Suécia busca atrair brasileiros para suas universidades, especialmente em mestrado e doutorado.
Até este ano, o Brasil não figurou entre os países com grande envio de estudantes à Suécia. Foram apenas 144 do total de 36 mil ano passado.
As instituições do país escandinavo, porém, pretendem aumentar esse número.
Duas universidades (Lund e Chalmers) já decidiram que virão mostrar seus cursos em feiras para estudantes em 2011. Outras devem segui-las.
Um dos motivos para o maior interesse no país é o início da cobrança de taxas para estrangeiros em mestrados a partir do ano que vem. Até então, eram gratuitos.
As escolas temem queda no fluxo de alunos de tradicionais "exportadores", como China. Com a melhora da economia, o Brasil é opção.
As universidades do país escandinavo buscam estrangeiros porque, como sua população é pequena, elas precisam de pesquisadores de outros locais. E quanto maior o corpo discente, mais recebem recursos do governo.
Em parte das escolas, a seleção de alunos começa em 1º de dezembro, mesmo período da divulgação de critérios para bolsas. Em média, os mestrados ficarão por volta dos 15 mil euros anuais (cerca de R$ 35 mil). Há 600 cursos em inglês. Os doutorados continuam gratuitos.
"Com a taxa, será um desafio atrair estrangeiros, ainda que os valores sejam compatíveis com outras escolas de ponta", disse à Folha o vice-presidente da Universidade Chalmers, Stefan Bengtsson.
As bolsas, afirma, podem compensar a medida, imposta por lei deste ano. Mas se o mestrado vai ser pago, qual a vantagem da Suécia? Para Bengtsson, "pela sociedade tranquila e a relação próxima entre alunos e docentes".
Doutoranda na Universidade Uppsala, a brasileira Janaina Gonçalves, 26, diz que "quase todos falam inglês e são amigáveis, mas quando estão juntos falam em sueco, dificultando a socialização. E o inverno é pesado". Nessa época em Estocolmo, a média é de três graus negativos.
Outra reclamação é o custo de vida. Estimativa da Universidade Uppsala é de gasto mensal de 730 euros (R$ 1.500), incluindo acomodação, comida, roupa e lazer.


O jornalista FÁBIO TAKAHASHI viajou a convite do governo sueco e da Universidade Uppsala


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