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VIOLÊNCIA
Em novembro houve menos latrocínios e mais roubos e furtos; secretário de Segurança diz que notificações aumentaram
Rio tem recorde de mortes em ações policiais
FERNANDA DA ESCÓSSIA
HENRI CARRIÈRES
DA SUCURSAL DO RIO
A violência aumentou no Rio
em novembro, penúltimo mês do
governo de Benedita da Silva
(PT): houve um número recorde
de mortes de civis em ações policiais (105), além de aumento dos
roubos.
Os homicídios dolosos se mantiveram no mesmo patamar: foram 545 casos em novembro deste ano, contra 548 em novembro
de 2001, ou seja, taxa de 3,7 por
100 mil habitantes, informou a Secretaria de Segurança Pública.
Aumentaram, em relação a novembro de 2001, as taxas de roubos de veículos, em coletivos, a residências, a transeuntes, de furtos
de veículos e de totais de roubos e
furtos no Estado.
A Secretaria de Segurança disse
que há "um sinal de alerta" no
combate aos roubos, especialmente os roubos a residências e a
transeuntes, que costumam ser
violentos, aumentando a sensação de insegurança da população.
Houve redução das taxas de latrocínios e de roubos a estabelecimentos comerciais e a bancos. Os
sequestros caíram de dois casos
em novembro de 2001 para um no
mês passado.
As mortes em confrontos com a
polícia são chamadas de "autos de
resistência", ou seja, pessoas que,
supostamente, reagem à ação policial e são mortas em conflito.
Desde que começaram a ser oficialmente coletados, em 1998,
nunca houve 105 casos por mês. O
segundo maior número de mortes também é do governo Benedita, com 99 mortes em agosto.
A petista assumiu o governo em
abril, quando Anthony Garotinho
(PSB) renunciou para concorrer à
Presidência da República.
A média mensal de mortos pela
polícia foi de 33,08 em 1998, 24,08
em 1999, 35,58 em 2000, 49,33 em
2001 e 75,81 até novembro de
2002. Este ano já começou com
um número alto de mortes, com
86 casos em janeiro. Os números
oscilaram para 57 em fevereiro, 75
em maio, 99 em agosto, 73 em outubro e, agora, 105 em novembro,
mostrando que o governo Benedita não conseguiu conter a violência da polícia.
Interpretação oficial
A coordenadora de Segurança,
Jacqueline Muniz, reconheceu
que o número de mortes é alto e
disse que o atual governo tentou
combater o problema treinando e
qualificando a polícia. Afirmou
ainda que as mortes resultam do
aumento do número de confrontos entre policiais e traficantes cada vez mais bem armados.
"Não podemos ser ingênuos.
Quem tem granada não se rende.
Prendemos mais traficantes, os
confrontos foram mais violentos,
daí o número de mortes", disse.
Muniz disse que o aumento dos
roubos obedece a uma tendência
verificada normalmente nos finais de ano. "O tráfico também
quer seu 13º salário", afirmou.
Ressaltou como positiva a manutenção da taxa de homicídios
nos patamares de novembro de
2001 e a queda em relação a outubro, quando houve 577 mortes
(3,9 por 100 mil habitantes).
O secretário de Segurança, Roberto Aguiar, disse que foi feita,
em dezembro, uma ação de combate aos roubos, especialmente os
roubos a residência.
Afirmou também não interpretar os números como sinal de um
aumento generalizado da violência, mas um aumento das notificações, provocado pelo fato de a
população estar confiando mais
no trabalho da polícia. "Aumentamos a credibilidade e a transparência da segurança pública", disse o secretário.
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