VICTOR RAMOS
ENVIADO ESPECIAL A SÃO SEBASTIÃO

Chegar à praia e relaxar. O ideal dos turistas também pode ser a porta de entrada para o crime mais registrado nesta época do ano no litoral paulista.
De acordo com a Polícia Civil, o furto de aparelhos como telefones celulares e iPod e a invasão de casas enquanto os banhistas estão na praia são, em boa parte, proporcionados pelo descuido dos próprios turistas.
Ao circular por praias como a de Maresias, em São Sebastião, é possível ver sobre mesinhas, cadeiras e cangas um grande número de aparelhos eletrônicos, bolsas e carteiras. Nem sempre, porém, os objetos estão sendo vigiados por seus donos. Passeando, banhando-se no mar, ou, simplesmente, dormindo, eles acabam fazendo de seus pertences um alvo fácil para criminosos.
Foi assim que a estudante Ana Cristina Torres, 22, teve sua bolsa furtada enquanto tomava um banho de mar em Maresias. Perdeu o celular e uma agenda eletrônica. "É uma tristeza. A gente sai de São Paulo querendo deixar todas as preocupações para trás, mas acaba dando sopa para o azar. Foi um minuto em que eu fui ao mar e meu namorado estava surfando. Quando eu voltei, já tinham levado minha bolsa", conta.
O delegado Múcio Alvarenga, titular do 2º e 4º DPs de São Sebastião, confirma a ocorrência de furtos como o problema mais comum na região. "O descuido é quase sempre um dos fatores do crime aqui. Quando a gente vai investigar um furto, em algum momento percebe a falta de atenção dos turistas", disse.
De acordo com Alvarenga, não é apenas na praia que o problema acontece. "Muitas vezes, as pessoas alugam uma casa no litoral e não tomam cuidados básicos que elas têm em São Paulo. Por exemplo, vai todo mundo para a praia e deixa a porta da casa aberta. Isso é facilitar demais para o criminoso."

Operação policial
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), anunciou ontem o início da Operação Verão no litoral paulista. A ação terminará no dia 31 de janeiro.
Durante o período, a segurança no litoral terá o reforço de 332 policiais civis, 1.085 PMs e outras 1.084 pessoas entre bombeiros e salva-vidas.


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