ISABEL CLEMENTE
da Sucursal do Rio

A Petrobras pagou ontem, com desconto, a multa aplicada pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) pelo derramamento de cerca de 1,3 mil toneladas de óleo na baía de Guanabara, há 10 dias.
A multa, fixada em R$ 51 milhões, saiu por R$ 35,7 milhões para a empresa, devido ao desconto de 30% previsto em lei para quem pagar em dia.
Os R$ 15 milhões restantes, no entanto, assim como o dinheiro da multa, serão usados na recuperação da baía de Guanabara, de acordo com a Petrobras.
Estes recursos, segundo a empresa, foram depositados no Fundo Ecológico Baía de Guanabara, conta aberta pela estatal cuja destinação está sendo discutida com os órgãos ambientais do Estado, o governo do Rio e as prefeituras dos seis municípios atingidos.
A juíza Salete Maria Maccalóz, da 7ª Vara Federal do Rio, autorizou a Petrobras a mexer no duto acidentado, que havia sido interditado pela ANP (Agência Nacional do Petróleo) anteontem, para retirar as 44 toneladas de óleo que estão dentro dele. Rodolfo Landim, coordenador das frentes de trabalho da estatal no acidente, disse que a ANP será convidada a acompanhar a retirada do combustível, que deve começar hoje e "não envolve risco". Também será feita uma perícia no duto.
A Petrobras ainda não divulgou o total dos custos para reparar danos do vazamento, mas informou que, só com a importação de 29 km de bóias para a contenção do óleo, foram gastos R$ 6 milhões.
Foi anunciada a criação de uma comissão do Crea-RJ (Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Rio de Janeiro) para apurar responsabilidades nos eventuais erros de projeto que levaram ao desastre.



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