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Astrid Maksoud e o bom gosto do roxo
WILLIAN VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Um painel de oito metros quadrados, que explode em roxo, laranja e dourado, encima a parede da sala de Astrid Tonelli Maksoud -traduzindo em cores a vida da decoradora "que não teve carreira", mas trabalhou "por prazer".
Nascida em São José do Rio Preto (SP), lá "tinha grande destaque social", pois era de "família tradicional" e foi rainha do carnaval do Automóvel Clube -símbolo de status e beleza. Aos 17 foi para a capital estudar comunicação visual na Faap. Chegou a trabalhar em confecções, mas, ao conhecer o arquiteto Marco Viterbo, virou decoradora. Foi quando se casou com Omar Maksoud, sobrinho do proprietário do famoso Maksoud Plaza, que ela ajudou a decorar.
Por mais de dez anos foi assistente pessoal de Viterbo. O "gosto apuradíssimo", para revestir e vestir, ela manteve mesmo grávida de trigêmeos. "A decoração para ela não era uma carreira, era um prazer", diz a irmã. Onde ela decorava, ficava sua presença. "As cores e o exótico" eram sua assinatura.
Adorava esquiar, na Europa e no Chile, mas "seu sonho era morar em Paris", o que pretendia fazer logo. Mas nos últimos sete meses vinha lutando contra o câncer. E decorando o apartamento, "sonho de toda uma vida", com as suas cores.
"Muito roxo e muita alegria" nos sofás, nos tecidos, no painel gigante da sala. Foi um motivo para ela lutar, até o dia 20 -quando morreu, aos 45, em São Paulo.
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