São Paulo, quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

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Bloqueios podem afetar estradas até o Carnaval

Rodovias sob controle do Estado têm 123 trechos interditados devido às chuvas

Segundo o DER, riscos atingem Tamoios, Mogi-Bertioga, Rio-Santos e Oswaldo Cruz, acessos estratégicos ao litoral norte

ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL

A situação crítica das rodovias de São Paulo, que têm recebido em média sete interdições por dia em razão das chuvas, poderá chegar até o Carnaval, conforme admite a gestão José Serra (PSDB).
Os riscos atingem inclusive acessos estratégicos ao litoral norte, como Tamoios, Rio-Santos, Mogi-Bertioga e Oswaldo Cruz, que já tiveram restrições no Réveillon. Na virada do ano, os bloqueios por quedas de barreiras, erosões e ponte danificada deixaram motoristas engarrafados por mais de dez horas.
Desde novembro, houve 600 interdições em rodovias estaduais paulistas por problemas decorrentes dos temporais. A situação é considerada pelo governo paulista como a mais grave em pelo menos três anos.
"Vamos ser francos: com essa incidência de chuva, podemos ter problemas. Se na semana que vem der uma trégua, quem sabe a gente consiga deixar em condições no Carnaval. Mas não dá para afastar a hipótese de mais interdições totais ou parciais. A coisa está ficando complicada. A gravidade tem se demonstrado acima do normal", diz Delson José Amador, superintendente do DER (Departamento de Estradas de Rodagem) e presidente da Dersa.
Nesta semana, Tamoios e Oswaldo Cruz voltaram a ter a passagem de veículos afetada por erosões e deslizamentos. Ontem, 123 trechos tinham restrições de circulação devido às chuvas nas rodovias sob controle do Estado -que superam 15 mil km. Os dados não incluem eventuais bloqueios nas estradas sob concessão privada.
Em nove deles, houve interdição total. Cinco permaneciam assim no começo da noite: na SP-103 (em Jambeiro, por erosão e queda de cabeceira de ponte), na SP-66 (por erosões no trecho Jacareí-Guararema), na SP-147 (por queda de ponte em Bofete), na SP-312 (por quedas de barreira em Itu) e na SP-29 (por erosão em Itapevi).
São 25 pontos considerados críticos pelo DER em razão das chuvas desde dezembro, requerendo obras urgentes e contratações emergenciais. No atual governo, houve no máximo 14 casos num mesmo período.
"É um número muito alto. E nem chegamos ao final da época crítica de chuvas", diz Amador. As regiões com rodovias mais comprometidas, segundo ele, estão nos vales do Paraíba e do Ribeira, perto de Atibaia, do circuito das Águas (Amparo, Serra Negra, Socorro) e na própria Grande São Paulo (como Itapevi e Rio Grande da Serra).
O superintendente do DER afirma que algumas quedas de barreira e erosões têm surpreendido os técnicos por abranger regiões consideradas até então estáveis -como em pedaços da Mogi-Bertioga.
Para ele, a situação foi agravada neste verão porque não houve tempo seco no último inverno. E alega limitações para adotar medidas de prevenção.
"Ação preventiva é complicada para erosão, deslizamento. O que precisa é capacidade de monitorar e de intervir. É contraproducente e arriscado tentar retirar um maciço que possa escorregar. São também locais preservados, não se pode sair derrubando árvore", diz.

Colaborou LAURA CAPRIGLIONE , da Reportagem Local



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