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Bloqueios podem afetar estradas até o Carnaval
Rodovias sob controle do Estado têm 123 trechos interditados devido às chuvas
Segundo o DER, riscos atingem Tamoios, Mogi-Bertioga, Rio-Santos e Oswaldo Cruz, acessos estratégicos ao litoral norte
ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL
A situação crítica das rodovias de São Paulo, que têm recebido em média sete interdições
por dia em razão das chuvas,
poderá chegar até o Carnaval,
conforme admite a gestão José
Serra (PSDB).
Os riscos atingem inclusive
acessos estratégicos ao litoral
norte, como Tamoios, Rio-Santos, Mogi-Bertioga e Oswaldo
Cruz, que já tiveram restrições
no Réveillon. Na virada do ano,
os bloqueios por quedas de barreiras, erosões e ponte danificada deixaram motoristas engarrafados por mais de dez horas.
Desde novembro, houve 600
interdições em rodovias estaduais paulistas por problemas
decorrentes dos temporais.
A situação é considerada pelo
governo paulista como a mais
grave em pelo menos três anos.
"Vamos ser francos: com essa
incidência de chuva, podemos
ter problemas. Se na semana
que vem der uma trégua, quem
sabe a gente consiga deixar em
condições no Carnaval. Mas
não dá para afastar a hipótese
de mais interdições totais ou
parciais. A coisa está ficando
complicada. A gravidade tem se
demonstrado acima do normal", diz Delson José Amador,
superintendente do DER (Departamento de Estradas de Rodagem) e presidente da Dersa.
Nesta semana, Tamoios e Oswaldo Cruz voltaram a ter a
passagem de veículos afetada
por erosões e deslizamentos.
Ontem, 123 trechos tinham
restrições de circulação devido
às chuvas nas rodovias sob controle do Estado -que superam
15 mil km. Os dados não incluem eventuais bloqueios nas
estradas sob concessão privada.
Em nove deles, houve interdição total. Cinco permaneciam assim no começo da noite:
na SP-103 (em Jambeiro, por
erosão e queda de cabeceira de
ponte), na SP-66 (por erosões
no trecho Jacareí-Guararema),
na SP-147 (por queda de ponte
em Bofete), na SP-312 (por
quedas de barreira em Itu) e na
SP-29 (por erosão em Itapevi).
São 25 pontos considerados
críticos pelo DER em razão das
chuvas desde dezembro, requerendo obras urgentes e contratações emergenciais. No atual
governo, houve no máximo 14
casos num mesmo período.
"É um número muito alto. E
nem chegamos ao final da época crítica de chuvas", diz Amador. As regiões com rodovias
mais comprometidas, segundo
ele, estão nos vales do Paraíba e
do Ribeira, perto de Atibaia, do
circuito das Águas (Amparo,
Serra Negra, Socorro) e na própria Grande São Paulo (como
Itapevi e Rio Grande da Serra).
O superintendente do DER
afirma que algumas quedas de
barreira e erosões têm surpreendido os técnicos por
abranger regiões consideradas
até então estáveis -como em
pedaços da Mogi-Bertioga.
Para ele, a situação foi agravada neste verão porque não
houve tempo seco no último inverno. E alega limitações para
adotar medidas de prevenção.
"Ação preventiva é complicada para erosão, deslizamento.
O que precisa é capacidade de
monitorar e de intervir. É contraproducente e arriscado tentar retirar um maciço que possa
escorregar. São também locais
preservados, não se pode sair
derrubando árvore", diz.
Colaborou LAURA CAPRIGLIONE , da Reportagem Local
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