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DENGUE
Contratação emergencial de mil agentes em São Paulo vence em junho; Secretaria da Saúde quer manter técnicos
Fim de contrato pode ameaçar prevenção
FABIANE LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL
A Secretaria da Saúde de São
Paulo tem um prazo muito curto
e tem de superar obstáculos burocráticos e legais para garantir a
continuidade do trabalho dos
agentes sanitários que atuam na
prevenção à dengue.
Os contratos emergenciais dos
mil agentes vencem em junho.
Como eles já foram renovados
por seis meses no ano passado, há
impedimento da Lei de Licitações
para que sejam estendidos.
A previsão do setor de Recursos
Humanos da secretaria é que o
processo de contratação de pessoal por concurso só termine no
fim de abril. A secretaria recebeu
ontem a autorização do gabinete
da prefeita Marta Suplicy (PT) para realizar o concurso para 800
pessoas -o pedido saiu da Saúde
para o gabinete em 1º de outubro
do ano passado.
A prefeitura, no entanto, ainda
tem de criar cargos para poder
contratar os agentes, que não
existem na estrutura administrativa do município. Para isso precisa de aprovação da Câmara.
O projeto de lei para criar os
cargos, encaminhado pela Secretaria da Saúde no dia 12 de novembro do ano passado ao gabinete, ainda está na assessoria técnico-legislativa de Marta.
Há outro entrave. Depois de
contratados, os agentes ainda terão de ser treinados.
"O ideal é que a gente mantenha
esses mil agentes [contratados
emergencialmente", senão vai ficar bem apertado", afirmou a
coordenadora de Recursos Humanos da secretaria, Rose Inojosa. Segundo ela, os candidatos ao
cargo têm de ter o 1º grau. O treinamento ideal, afirma, é feito pelo
acompanhamento das atividades
dos agentes mais antigos.
Em razão da experiência do
grupo contratado no ano passado, a prefeitura quer sua manutenção para retaguarda, mesmo
que não passem no concurso. Rose reconheceu, no entanto, que
pode não haver saída.
"Se perdermos essas pessoas, se
tivermos de treinar outras pessoas, é ruim para a cidade", afirmou o chefe de gabinete da secretaria, Paulo Carrara.
O secretário da Saúde do município, Eduardo Jorge, afirmou ontem durante seminário sobre prevenção à dengue na Câmara Municipal que espera que o projeto
de criação dos cargos chegue logo
à Câmara e que conta com o apoio
dos vereadores. "Não posso ficar
sem os agentes no meio da epidemia." Ele pediu que pensassem
em uma "fórmula legislativa" para a manutenção do grupo contratado emergencialmente.
O secretário afirmou, no entanto, que, se não conseguir manter
os mil funcionários, não haverá
"descontinuidade".
O Disque-Dengue (0800-7720988) da prefeitura será ampliado a partir da próxima segunda-feira. A agência de publicidade
que presta serviços ao município
contratou uma central de telemarketing por dois meses, a um
custo de R$ 250 mil.
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