São Paulo, quinta-feira, 28 de fevereiro de 2002

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DENGUE

Contratação emergencial de mil agentes em São Paulo vence em junho; Secretaria da Saúde quer manter técnicos

Fim de contrato pode ameaçar prevenção

FABIANE LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL

A Secretaria da Saúde de São Paulo tem um prazo muito curto e tem de superar obstáculos burocráticos e legais para garantir a continuidade do trabalho dos agentes sanitários que atuam na prevenção à dengue.
Os contratos emergenciais dos mil agentes vencem em junho. Como eles já foram renovados por seis meses no ano passado, há impedimento da Lei de Licitações para que sejam estendidos.
A previsão do setor de Recursos Humanos da secretaria é que o processo de contratação de pessoal por concurso só termine no fim de abril. A secretaria recebeu ontem a autorização do gabinete da prefeita Marta Suplicy (PT) para realizar o concurso para 800 pessoas -o pedido saiu da Saúde para o gabinete em 1º de outubro do ano passado.
A prefeitura, no entanto, ainda tem de criar cargos para poder contratar os agentes, que não existem na estrutura administrativa do município. Para isso precisa de aprovação da Câmara.
O projeto de lei para criar os cargos, encaminhado pela Secretaria da Saúde no dia 12 de novembro do ano passado ao gabinete, ainda está na assessoria técnico-legislativa de Marta.
Há outro entrave. Depois de contratados, os agentes ainda terão de ser treinados.
"O ideal é que a gente mantenha esses mil agentes [contratados emergencialmente", senão vai ficar bem apertado", afirmou a coordenadora de Recursos Humanos da secretaria, Rose Inojosa. Segundo ela, os candidatos ao cargo têm de ter o 1º grau. O treinamento ideal, afirma, é feito pelo acompanhamento das atividades dos agentes mais antigos.
Em razão da experiência do grupo contratado no ano passado, a prefeitura quer sua manutenção para retaguarda, mesmo que não passem no concurso. Rose reconheceu, no entanto, que pode não haver saída.
"Se perdermos essas pessoas, se tivermos de treinar outras pessoas, é ruim para a cidade", afirmou o chefe de gabinete da secretaria, Paulo Carrara.
O secretário da Saúde do município, Eduardo Jorge, afirmou ontem durante seminário sobre prevenção à dengue na Câmara Municipal que espera que o projeto de criação dos cargos chegue logo à Câmara e que conta com o apoio dos vereadores. "Não posso ficar sem os agentes no meio da epidemia." Ele pediu que pensassem em uma "fórmula legislativa" para a manutenção do grupo contratado emergencialmente.
O secretário afirmou, no entanto, que, se não conseguir manter os mil funcionários, não haverá "descontinuidade".
O Disque-Dengue (0800-7720988) da prefeitura será ampliado a partir da próxima segunda-feira. A agência de publicidade que presta serviços ao município contratou uma central de telemarketing por dois meses, a um custo de R$ 250 mil.



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