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Encontrada base de Andinho em MG
KEILA RIBEIRO
DA FOLHA VALE
MARCELO CLARET
FREE-LANCE PARA A FOLHA VALE
A Polícia Civil de Minas Gerais
encontrou anteontem, em Brasópolis, sul do Estado, duas casas
que seriam utilizadas como
"quartel-general" do sequestrador Wanderson Newton de Paula
Lima, 23, o Andinho, que atuava
na região de Campinas.
Andinho, preso na última segunda-feira em Itu (SP), era um
dos criminosos mais procurados
do Estado de São Paulo.
O criminoso é suspeito de ter
comandado 11 sequestros no Estado e de estar envolvido no assassinato do prefeito de Campinas, Antonio da Costa Santos, o
Toninho do PT, ocorrido no dia
10 de setembro de 2001, ainda não
esclarecido pela polícia.
O QG do grupo seria coordenado pelo policial militar Ronaldo
de Azevedo Góes, 34, que trabalhava em Campos do Jordão (167
km de SP) e morava em Brasópolis. Ele atuava como segurança de
Andinho e seria responsável pela
compra das casas na cidade e por
acobertar o grupo, que poderia
usar as moradias como esconderijo ou cativeiro sem levantar a
suspeita da polícia ou moradores.
Uma das casas, avaliada em R$
34 mil, ainda estava em construção, mas a outra estava mobiliada
com objetos de alto valor.
Essa última casa, negociada pelo soldado com a justificativa de
que seria utilizada por uma amiga
que iria estudar em Itajubá, foi
comprada por R$ 130 mil à vista,
com notas distribuídas em sacolas de supermercado, entregues
pela mulher ao ex-proprietário.
O local teria abrigado, durante o
Carnaval, integrantes da quadrilha, entre eles o próprio Andinho,
que teria sido reconhecido por
moradores da cidade.
QG desocupado
Ninguém foi preso no local porque a casa foi abandonada no último domingo. Havia pratos sujos
na pia, roupas na máquina de lavar e outras peças que pertenceriam ao criminoso.
O delegado de Brasópolis, Alexandre Andrade de Castro, disse
que a descoberta foi feita somente
após a prisão do sequestrador.
"São Paulo já sabia que o Andinho estava em Minas, mas não sabia em que cidade. Pelos objetos
que encontramos na casa e pelas
informações que recolhemos, é
certo que ele esteve aqui no Carnaval e que usou a casa como esconderijo", afirmou.
Segundo o delegado Castro, a
quadrilha devia se reunir na moradia. As suspeitas da polícia estão sendo consideradas porque a
casa escolhida era fechada e não
permitia a sua visualização.
Nas poucas janelas havia películas de "insulfilm", a entrada era
fechada com portões de madeira e
a garagem estava localizada em
uma parte subterrânea, o que dificultava a visão para quem estava
fora da casa.
Além disso, há a desconfiança
de que o local estivesse sendo preparado para servir de cativeiro.
Na casa desocupada, a polícia
encontrou armários, geladeiras
cheias de alimentos não-perecíveis e comida congelada.
A polícia reuniu também notas
fiscais no valor de R$ 18 mil, que
comprovam que o policial foi o
responsável pela compra dos móveis da casa de Andinho em uma
loja em Itajubá.
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