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Eu realmente voei, diz vítima de explosão
Marizete Monteiro da Silva, 39, foi arremessada sobre um toldo durante acidente ocorrido no centro do Rio de Janeiro
A funcionária da fábrica de bijuterias diz não ter ficado soterrada nos escombros porque não estava dentro da sala na hora da explosão
MÁRCIA BRASIL
DA SUCURSAL DO RIO
Arremessada para fora do
prédio onde trabalhava e salva
por um toldo que cobria a varanda de um dos andares do
edifício, Marizete Monteiro da
Silva, 39, funcionária da fábrica
de bijuterias que explodiu anteontem, no centro do Rio, afirma que só teve um desejo no
momento do acidente: sobreviver para "acabar de criar" o filho, um estudante de dez anos.
"Eu realmente voei. Depois
que ouvi o estrondo, quando
me dei conta, vi que estava sobre um toldo. Perguntei para
uma moça onde estava, e ela me
respondeu que era o terceiro
andar do prédio. Então eu falei,
que bom que estou viva e posso
acabar de criar o meu filho",
contou Marizete.
Ela mora em um loteamento
em Santa Cruz, zona oeste do
Rio, a 60 quilômetros de seu local de trabalho, e disse que só
não ficou soterrada nos escombros porque não estava dentro
da sala onde ficava a fábrica.
"Era cedo, e eu estava fora da
sala, perto da porta de entrada.
Ainda não tinha começado a
trabalhar. Só por isso não fui
queimada e não fiquei embaixo
dos escombros", relatou.
"Foi um susto e tanto. Tive
medo de morrer. Agora estou
em casa com muitas dores pelo
corpo, toda "quebrada"... Mas as
dores vão passar, com certeza.
Só não sei como vai ficar o meu
emprego na fábrica", lamentou.
Perito
Técnicos do Instituto de Criminalística Carlos Éboli e da
Defesa Civil do Estado realizaram perícia no local da explosão de anteontem.
Segundo eles, não há risco de
novos desabamentos. A Polícia
Civil investiga as causas.
O prédio na rua Regente Feijó fica em uma das áreas comerciais mais movimentadas do
Rio e está interditado pela Defesa Civil. A interdição será
mantida até que seja concluída
a demolição da parte atingida.
Os peritos permitiram que
moradores dos quatro primeiros andares fossem até os apartamentos para pegar pertences.
A CEG (Companhia Estadual
de Gás) fez uma vistoria na tubulação que passa pela rua e
não encontrou nenhum problema no encanamento.
Peritos do ICCE acreditam
que o acidente deve ter sido
provocado por um cilindro de
gás acetileno, que é usado em
maçaricos, ou por um botijão
de gás de cozinha.
O proprietário da fábrica de
bijuterias onde ocorreu a explosão, Eduardo Santos, 72, admite que o equipamento estava
sendo usado no local.
Equipes da Defesa Civil encontraram no andar onde
aconteceu o acidente 13 botijões de gás de cozinha, oxigênio
e acetileno. Segundo o Corpo
de Bombeiros, o proprietário
da fábrica não tinha autorização para usar botijões de gás. O
código de segurança contra incêndio e pânico proíbe o uso de
botijão onde há gás encanado.
Seis das nove pessoas resgatadas após a explosão permanecem internadas no Hospital
Souza Aguiar -três delas em
estado grave.
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