São Paulo, quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

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Helicóptero foi direto ao mar logo após a decolagem

Foram confirmadas as mortes de três pessoas devido a pouso forçado da aeronave a serviço da Petrobras em Macaé

Até a noite de ontem dois dos três corpos haviam sido identificados; causas do acidente são investigadas pela FAB e pela Polícia Civil

SERGIO TORRES
ENVIADO ESPECIAL A MACAÉ (RJ)

Sobreviventes do acidente de helicóptero que matou ao menos três pessoas na bacia de Campos (litoral norte do RJ) contaram no hospital em que estão, em Macaé (188 km do Rio), que o pouso foi tão repentino que não tiveram tempo de entender o que acontecia.
Um minuto após a decolagem da plataforma P-18, helicóptero e passageiros estavam no mar, em meio a ondas de até 2 m, nevoeiro e correnteza forte. Como nas decolagens de plataformas, o helicóptero desceria em direção ao mar e subiria em seguida. Isso não ocorreu. O Super Puma, com 20 pessoas a bordo, caiu na água. Aeronáutica e a Polícia Civil investigam causas.
Três corpos haviam sido resgatados até ontem à noite -os de Durval Barros da Silva, funcionário da empresa De Nadai Serviços de Alimentação, contratada pela Petrobras, e de Marcelo Manhães dos Santos, 28, técnico de segurança, foram reconhecidos. O terceiro corpo permanecia não identificado. Pode ser do piloto Paulo Roberto Veloso Calmon, de Adinoelson Simas Gomes, empregado da Petrobras, ou de Guaraci Novaes Soares, também funcionário da De Nadai. Os três são considerados desaparecidos. As outras 15 pessoas foram resgatadas anteontem.
"Afinal, o que aconteceu?", perguntou o comissário de hotelaria José Carlos Barbosa Nascimento -que estava a bordo- aos colegas que o visitaram ontem no hospital.
Nascimento, que também trabalha na De Nadai, disse a amigos não saber o que fez o piloto tentar o pouso. Sobreviventes contaram que, logo que o helicóptero pousou no mar revolto, botaram os coletes e atiraram-se na água. Foram resgatados por barcos que saíram de plataformas próximas. O aparelho caiu a 280 metros da P-18 e a 109 km da costa.
Ao menos três ocupantes não conseguiram saltar. Dois deles morreram no helicóptero. Os corpos foram localizados ontem, por robô submarino, na aeronave submersa, a 820 m.
O terceiro ocupante preso no helicóptero foi o co-piloto Sérgio Ricardo Muller, 48. Com o impacto na água, ele machucou as costas e o tórax. A equipe de resgate o retirou pouco antes da submersão. Seu caso é considerado grave, pois ele também se queimou com o combustível que vazou do aparelho.
O diretor de Produção e Exploração da Petrobras, Guilherme Estrella descartou que o mau tempo tenha provocado o acidente. Mas, anteontem, uma hora após o desastre, o tráfego aéreo foi interrompido devido a temporal e nebulosidade.


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