São Paulo, sábado, 28 de março de 2009

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"Até se saber a causa, a empresa se sente vítima", diz advogado

DA REPORTAGEM LOCAL

A Di-All Química Distribuidora pertence a três empresários de São Paulo, que "perderam tudo o que tinham" no incêndio, segundo o advogado da empresa, Ruben Seidl.
O advogado diz que os donos não sabem o que pode ter provocado o incêndio, mas suspeitam de que o fogo possa ter começado fora do galpão, em uma das empresas vizinhas.
Segundo Seidl, a Di-All tinha auto de vistoria do Corpo de Bombeiros, válido até 2011. A sede da empresa era alugada. "Até que se saiba a causa do incêndio, a empresa se sente vítima." O advogado diz que a autorização obtida da prefeitura, no ano passado, não prevê limite para armazenagem de produtos. "Não conheço legislação no Brasil que limite isso."
Seidl não quis comentar a informação de que a empresa foi dispensada da licença ambiental da Cetesb por ter afirmado que sua atividade era restrita à importação de produtos de limpeza. "É natural que o poder público seja cobrado e queira dar respostas. O que posso dizer é que a empresa era autorizada a comercializar produtos químicos e de limpeza."
O advogado disse que os donos da Di-All não foram até o local do incêndio porque ficaram "em estado de choque" ao saberem, pela imprensa, que "tinham perdido tudo", já que o estoque de produtos não tinha seguro. Um dos sócios, diz ele, ficou fortemente abalado e precisou ser medicado.
O advogado não disse qual é a estimativa do prejuízo. Afirmou que, além dos produtos, uma empilhadeira, equipamentos de transporte de tonéis, computadores e "toda a documentação da empresa" foram destruídos pelo fogo. "A empresa está regular e não tem dívidas", diz Seidl.
A Di-All, segundo o advogado, tem cerca de dez funcionários. Um deles já havia chegado ao galpão ontem, entre 6h45 e 7h15, e, ainda segundo Seidl, disse que viu fumaça ao chegar.
O expediente na empresa, segundo o advogado, começa às 8h. "Preocupado com o trânsito, talvez, ele chegou antes do horário." Seidl afirma que os donos da empresa não suspeitam que o empregado tenha alguma responsabilidade pelo incêndio -diz não saber se ele chamou os bombeiros.
O galpão, segundo o advogado, tinha 36 exaustores para dissipar gases em suspensão. (RICARDO SANGIOVANNI)

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