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"Até se saber a causa, a empresa se sente vítima", diz advogado
DA REPORTAGEM LOCAL
A Di-All Química Distribuidora pertence a três empresários de São Paulo, que "perderam tudo o que tinham" no incêndio, segundo o advogado da
empresa, Ruben Seidl.
O advogado diz que os donos
não sabem o que pode ter provocado o incêndio, mas suspeitam de que o fogo possa ter começado fora do galpão, em uma
das empresas vizinhas.
Segundo Seidl, a Di-All tinha
auto de vistoria do Corpo de
Bombeiros, válido até 2011. A
sede da empresa era alugada.
"Até que se saiba a causa do incêndio, a empresa se sente vítima." O advogado diz que a autorização obtida da prefeitura,
no ano passado, não prevê limite para armazenagem de produtos. "Não conheço legislação
no Brasil que limite isso."
Seidl não quis comentar a informação de que a empresa foi
dispensada da licença ambiental da Cetesb por ter afirmado
que sua atividade era restrita à
importação de produtos de limpeza. "É natural que o poder
público seja cobrado e queira
dar respostas. O que posso dizer é que a empresa era autorizada a comercializar produtos
químicos e de limpeza."
O advogado disse que os donos da Di-All não foram até o
local do incêndio porque ficaram "em estado de choque" ao
saberem, pela imprensa, que
"tinham perdido tudo", já que o
estoque de produtos não tinha
seguro. Um dos sócios, diz ele,
ficou fortemente abalado e precisou ser medicado.
O advogado não disse qual é a
estimativa do prejuízo. Afirmou que, além dos produtos,
uma empilhadeira, equipamentos de transporte de tonéis, computadores e "toda a
documentação da empresa" foram destruídos pelo fogo. "A
empresa está regular e não tem
dívidas", diz Seidl.
A Di-All, segundo o advogado, tem cerca de dez funcionários. Um deles já havia chegado
ao galpão ontem, entre 6h45 e
7h15, e, ainda segundo Seidl,
disse que viu fumaça ao chegar.
O expediente na empresa, segundo o advogado, começa às
8h. "Preocupado com o trânsito, talvez, ele chegou antes do
horário." Seidl afirma que os
donos da empresa não suspeitam que o empregado tenha alguma responsabilidade pelo incêndio -diz não saber se ele
chamou os bombeiros.
O galpão, segundo o advogado, tinha 36 exaustores para
dissipar gases em suspensão.
(RICARDO SANGIOVANNI)
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