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Escola leva malhação para educação física
Em colégios de SP, tradicionais futebol e vôlei são substituídos por musculação, spinning, step e outros esportes típicos de academia
Iniciativa adotada por escolas particulares tem como principal objetivo tornar a disciplina mais atraente para os alunos
RICARDO WESTIN
DA REPORTAGEM LOCAL
Na sala de ginástica, 15 meninas pulam freneticamente sobre pequenas camas elásticas.
Mexem braços e pernas obedecendo aos comandos da professora e ao ritmo da música bate-estaca no último volume.
Na sala de musculação, em
aparelhos que fortalecem as
costas, dois adolescentes erguem os braços e puxam suas
barras por trás da cabeça até a
altura da nuca. Sobe e desce, sobe e desce. O professor lhes corrige a postura.
Os meninos não são marombeiros e as garotas não têm obsessão pelo corpo perfeito. Não
se encontram numa academia
comum de malhação. São estudantes em horário de aula. Estão na educação física.
Colégios particulares estão
descobrindo que, se pretendem
ter todos os alunos verdadeiramente interessados pelas atividades físicas, não podem oferecer apenas futebol (para eles) e
vôlei (para elas). Devem dar opções, ir além dos esportes tradicionais. Alguns colégios chegaram a montar academias completas para o ensino médio.
"Nas outras escolas, eu era
obrigado a jogar futebol", lembra Luan Ferreira, 16. "Mas jogo muito mal. Meu único gol foi
contra. Para mim, a educação
física era uma tortura."
Luan é estudante do 2º ano
do ensino médio no colégio
Módulo, na Lapa (zona oeste de
São Paulo). No começo do ano,
alunos e alunas escolhem que
atividade querem fazer na educação física: esportes de quadra, judô, dança ou academia.
Na nova escola, Luan optou
pela academia. Na primeira aula semanal, tem musculação; na
segunda, condicionamento físico -pula na cama elástica do
jump ou se equilibra sobre a bola gigante do pilates. "É gostoso. Me sinto bem", diz ele, livre
do pesadelo do futebol.
Sem pegar pesado
No colégio Pio XII, no Morumbi (zona oeste), os alunos
fazem circuito (mistura de agachamento, flexão de braço, abdominal, levantamento de barra, salto com corda etc., sendo
dois ou três minutos para cada
atividade) e step (exercício coreografado em que os alunos
sobem e descem uma plataforma semelhante a um degrau).
Na educação física do colégio
Nossa Senhora Aparecida, em
Moema (zona sul), há momentos em que os meninos vão para
a musculação e as meninas fazem spinning (aula de bike em
que se simulam pedaladas em
áreas planas e íngremes).
Entre as opções oferecidas
pelo colégio Maria Imaculada,
no Paraíso (zona sul), está o
body pump (exercício que usa
barra com peso para fortalecer
pernas, braços, peito e costas).
Então os alunos agora saem
do colégio musculosos? "Suados, sim. Musculosos, não",
responde Marcelo Silveira de
Almeida, coordenador de educação física do colégio Mackenzie, em Barueri (Grande São
Paulo). A escola tem academia.
A preocupação é com a saúde, não com a estética. "Ao longo do ano, apresentamos várias
atividades. Atletismo, futebol
americano, dança, rúgbi, musculação... Os alunos certamente
vão se interessar por alguma",
explica o coordenador do Mackenzie. "Se pegarem gosto pela
musculação, poderão buscar
uma academia fora do colégio.
A ideia é que adotem uma atividade física para o resto da vida."
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