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EDUCAÇÃO
Ministério autoriza concursos para apenas 2.100 docentes nas universidades federais, o que não cobre déficit
MEC "congela" 5.700 vagas de professores
MARTA AVANCINI
da Reportagem Local
O Ministério da Educação está
"congelando" a contratação de pelo menos 5.600 professores para as
universidades federais.
O número corresponde à diferença entre o total de vagas em
aberto no sistema (7.700) e aquelas cujo preenchimento já foi autorizado (2.100). O dado é da Sesu
(Secretaria de Ensino Superior).
O déficit é maior (6.240 vagas em
aberto), se for considerada a estimativa da Andifes, entidade que
reúne os dirigentes das instituições federais de ensino superior.
"Os concursos realizados nos últimos anos não têm sido suficientes para repor os quadros", afirma
Artur Obino, assessor da Andifes.
Um dos principais motivos da
redução do número de professores nas federais, na avaliação de
Obino, é o elevado número de
aposentadorias verificado nos últimos anos. "Desde que começou
a se falar em reforma da Previdência, muitos professores começaram a se aposentar com medo de
perder a aposentadoria integral."
O processo para repor os quadros docentes das federais começa
com a autorização de abertura de
concurso para a contratação professores, o que deve ser autorizado
na próxima semana.
Os concursos têm de ser abertos
até 5 de julho porque a legislação
proíbe a contratação de servidores
após esta data. Também não podem ser contratados servidores
públicos durante três meses após o
segundo turno das eleições.
As 2.100 contratações autorizadas serão distribuídas entre as 52
instituições federais de ensino superior existentes no Brasil, dependendo do déficit de cada uma.
A UFRJ (Universidade Federal
do Rio de Janeiro) é a que mais sofre com a falta de docentes: tem
948 vagas abertas. O corpo docente da instituição conta, hoje, com
3.016 profissionais. Com o concurso, serão contratados 239.
"Se o MEC mantiver a promessa
e montar um cronograma para
realizarmos as outras contratações, vai dar para repor e ampliar
o quadro", diz Paulo de Alcântara
Gomes, reitor da UFRJ.
Atualmente, a universidade está
se mantendo graças aos professores substitutos, que permanecem
vinculados às instituições por um
período máximo de dois anos.
"O grande número de substitutos prejudica a qualidade de ensino, não porque eles sejam incompetentes, mas porque eles têm vínculo precário com a universidade
por não serem concursados", diz o
reitor da Universidade Federal da
Bahia, Luiz Felipe Serpa.
A universidade da Bahia tem 426
vagas abertas e poderá contratar
107 professores. "O concurso é positivo. Mesmo assim a reposição
será lenta, porque o processo é
muito burocrático, pode levar um
ano, e porque os baixos salários
não atraem professores", diz.
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