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EPIDEMIA
Número de notificações de casos no município chegou a 315 em março; Secretaria de Saúde teme febre amarela
Rio tem 2 novos casos de dengue por hora
FERNANDA DA ESCÓSSIA
da Sucursal do Rio
A epidemia de dengue no município do Rio avança agora no ritmo de dois novos casos por hora:
48 pessoas ficaram doentes ontem. Com isso, o número de notificações na capital chegou a 315
em março. O limite máximo esperado para o mês era de 170 casos.
O boletim distribuído pela Secretaria de Estado de Saúde registrou 952 novos casos em todo o
Estado nesta semana, um crescimento de 20% em relação à semana passada.
Desde o início do ano, já foram
notificados 4.978 casos de dengue
no Estado, sendo 527 na capital.
Foi reconhecida uma situação de
epidemia na capital e na região do
Médio Paraíba.
Para os técnicos da Secretaria
Municipal de Saúde, o ritmo acelerado do avanço da dengue na capital está em curva ascendente e se
manterá pelo menos até maio.
Ontem, mais de dois meses depois do alerta sobre a possibilidade de epidemia feito pela coordenadoria regional da Fundação Nacional de Saúde à direção nacional
do órgão -como revelou ontem a
Folha-, foi anunciada a chegada
de um novo lote de inseticida.
A Comlurb (Companhia Municipal de Limpeza Urbana) emprestou 2.000 litros de inseticida à
FNS. O veneno será utilizado nos
carros fumacê.
Ronaldo Bento, coordenador regional da FNS, disse que recebeu
de Brasília a informação sobre a
compra de mais 82 mil litros de inseticida, o que permitiria, segundo ele, o controle da epidemia em
30 dias. Ele afirmou que o estoque
é suficiente para os próximos quatro meses, e outros 240 mil litros
estão sendo esperados.
Bento disse que, para erradicar a
dengue no Estado, precisaria de
pelo menos mais 1.700 guardas de
endemia. Hoje, ele tem aproximadamente 7.600 agentes.
Disse também que teme a chegada do vírus tipo 3 da dengue, registrado na Venezuela. No Brasil,
existem os tipos 1 e 2. "Se o vírus 3
chegar, temos que rezar", disse.
Uma verba de R$ 480 mil liberada pelo Ministério da Saúde será
utilizada na contratação de guardas de endemia e na compra de
material e carros.
Outra verba de R$ 1,6 milhão foi
liberada para o combate à doença,
mas, segundo as autoridades, permitirá apenas uma ação emergencial e não a erradicação do vírus.
Com o avanço da dengue, a Secretaria de Estado de Saúde já começa a ter outra preocupação: a
febre amarela, transmitida, como
a dengue, pelo mosquito Aedes
aegypti. A febre amarela foi erradicada nos centros urbanos.
"Por enquanto, a prioridade é a
dengue, e vamos vacinar apenas
quem vai viajar para lugares da
Amazônia onde há febre amarela", disse Gisele Couto, coordenadora de epidemiologia do Estado.
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