DA REPORTAGEM LOCAL

Há divergências sobre a indicação do tratamento com a embolização para mulheres que desejam engravidar. Algumas equipes médicas, como a do Hospital das Clínicas, não indicam o uso da técnica para esse perfil de mulheres.
Segundo o médico Marcos Messina, do Hospital das Clínicas, não existem estudos prospectivos sobre o impacto da embolização na fertilidade.
Ele diz que o tratamento pode causar irregularidades hormonais, provocadas pela migração das micropartículas para os vasos sanguíneos que irrigam os ovários.
Para o médico Cláudio Emílio Bonduki, da Unifesp, a embolização é o único recurso para as mulheres que desejam engravidar, já fizeram a miomectomia e apresentaram reincidência dos miomas.
É o caso da secretária Silvia Barbosa Campos, 33. Ela fez uma miomectomia há três anos. Em fevereiro último, soube que apareceram novos miomas, agora sintomáticos, que a obrigam a tomar injeções mensais para conter a hemorragia durante o período menstrual.
Silvia deseja ser mãe, mas já foi orientada pela médica que, enquanto apresentar hemorragia, há poucas chances de gravidez. Mesmo que consiga engravidar, é grande a probabilidade de aborto.
Segundo o médico Bonduki, estudos realizados na Europa e nos EUA indicam que a taxa de gravidez após o procedimento é de 45%, muito semelhante aos percentuais obtidos com a miomectomia. No Brasil não há pesquisas semelhantes.
A embolização também não é aconselhada para os casos em que os miomas estão dentro da cavidade uterina (onde cresce o bebê). Os melhores resultados são em miomas encrostados no músculo uterino.
"Cada caso é um caso. Só o médico poderá avaliar a melhor indicação", diz o médico Marcos Messina. Ele já fez o procedimento em 50 mulheres.
Tanto o Hospital São Paulo, ligado à Unifesp, quanto o HC realizam gratuitamente o procedimento. Nos hospitais particulares, o preço varia de R$ 6.000 a R$ 8.000.


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