|
Próximo Texto | Índice
SEGURANÇA
Secretário Nagashi Furukawa disse que houve falha no Centro de Detenção Provisória 1 do Belém, na zona leste
Falso oficial de Justiça resgata 6 presos
GILMAR PENTEADO
DA REPORTAGEM LOCAL
Um falso oficial de Justiça, de
terno e gravata, em um carro clonado e usando documentos falsificados -inclusive o alvará de
soltura de um preso-, foi o protagonista de um plano inédito de
fuga no qual seis presos do CDP
(Centro de Detenção Provisória) 1
do Belém, na zona leste de São
Paulo, escaparam pela porta da
frente sem que os guardas disparassem um único tiro.
O plano foi executado às 22h40
de anteontem e durou 15 minutos. Os presos que não conseguiram fugir fizeram seis funcionários reféns e iniciaram uma rebelião que durou 11 horas e só foi
controlada às 9h40 de ontem. O
secretário estadual da Administração Penitenciária, Nagashi Furukawa, admitiu que houve falha
na segurança.
Segundo o que um funcionário
do portão de entrada do complexo -onde ficam dois CDPs- informou à secretaria, um homem
de terno e gravata chegou em um
Gol prata. Ele apresentou carteira
de identidade, carteira de oficial
de Justiça e um alvará de soltura
em nome do preso Célio Pedro de
Sousa Ló -o detento estava no
CDP, mas não havia ordem para
soltá-lo e ele não foi resgatado.
O agente disse que anotou os
dados e permitiu a entrada no pátio. Na frente do CDP, porém, um
agente foi rendido pelo suposto
oficial e mais três ou quatro homens. A secretaria não sabe como
esses cúmplices entraram.
Com pistolas e até uma submetralhadora, os criminosos renderam outros agentes e o diretor do
CDP e se dirigiram para uma cela
do pavilhão 7 onde estavam os
seis presos. Na saída, o Gol foi
usado pelos criminosos para derrubar o portão do complexo.
Segundo Furukawa, um ou dois
presos, que seriam o alvo do resgate, entraram no carro. Os demais teriam fugido a pé. Dos fugitivos, cinco esperavam julgamento por homicídio -Marcelo Nunes, 23, Márcio de Souza Tibério,
28, Marcos de Jesus Marinho, 46,
Robinson Coqueiro Martins, 23, e
Severino Ramos Silva, 26. O sexto,
João Matias da Silva Filho, 25,
cumpria pena por roubo.
O Tribunal de Justiça confirmou que o oficial cujo nome foi
usado pelos bandidos trabalha no
fórum em Santo Amaro e que ele
cumpria expediente normalmente ontem. O TJ ainda vai verificar
se ele teve documentos roubados.
Próximo Texto: Entrada de comparsas não é explicada Índice
|