São Paulo, quinta-feira, 28 de abril de 2005

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SAÚDE

Santa Marcelina, gerenciado pela prefeitura, extinguiu serviços de pronto-atendimento, saúde mental e fisioterapia

Hospital restringe atendimento em SP

DA REPORTAGEM LOCAL

Principal hospital público da zona leste de São Paulo e uma das quatro unidades de referência da capital, o hospital Santa Marcelina não faz mais pronto-atendimento, serviço que respondia pelos casos simples, como uma dor de garganta. Somente urgência e emergências são aceitas na unidade filantrópica gerenciada pela prefeitura.
Também os serviços de fisioterapia e de saúde mental do hospital foram extintos.
A Secretaria de Estado da Saúde, que dá R$ 1 milhão por mês ao Santa Marcelina, informou que os hospitais estaduais de São Mateus e Guianazes já estão sobrecarregados por causa do fechamento dos serviços. Segundo a direção do Santa Marcelina, a crise financeira que se arrasta há anos agravou-se em dezembro passado e estourou em janeiro.
Os 26,6 mil atendimentos mensais na antiga área de pronto-atendimento e pronto-socorro caíram para 15 mil. O Santa Marcelina tem 727 leitos e, para uma despesa mensal de R$ 12 milhões, a unidade fatura apenas R$ 7 milhões pelo SUS e outros R$ 2 milhões de planos de saúde.
Ontem um guarda do pronto-socorro só deixou que uma mulher com dor nas costas entrasse quando esta disse que tinha caído da cadeira. A nora da paciente contou a verdade: a queda fora há cinco meses, mas a dor não passava. "Ás vezes a gente tem de mentir um pouco para ser atendido", disse Lucicleide Santos, 26.
A restrição do atendimento era discutida desde agosto do ano passado dentro de projeto do Ministério da Saúde para melhorar a assistência em hospitais. O Santa Marcelina iria se concentrar nos casos complexos, só que para isso deveria haver preparação dos postos de saúde para atender os casos simples. No entanto, a crise fez a restrição ser acelerada.
A diretora-presidente do Santa Marcelina, irmã Rosane Guedin, disse ontem que a Secretaria Municipal da Saúde informou não haver possibilidade de aumento de repasses e que os serviços sem o retorno esperado deveriam ser extintos, pois o atendimento passaria à rede de postos de saúde.
O chefe-de-gabinete da pasta, Luiz Maria Ramos Filho, disse desconhecer o fechamento dos serviços. A prefeitura faz uma reformulação da assistência à saúde na região. (FABIANE LEITE)


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