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SAÚDE
Santa Marcelina, gerenciado pela prefeitura, extinguiu serviços de pronto-atendimento, saúde mental e fisioterapia
Hospital restringe atendimento em SP
DA REPORTAGEM LOCAL
Principal hospital público da
zona leste de São Paulo e uma das
quatro unidades de referência da
capital, o hospital Santa Marcelina não faz mais pronto-atendimento, serviço que respondia pelos casos simples, como uma dor
de garganta. Somente urgência e
emergências são aceitas na unidade filantrópica gerenciada pela
prefeitura.
Também os serviços de fisioterapia e de saúde mental do hospital foram extintos.
A Secretaria de Estado da Saúde, que dá R$ 1 milhão por mês ao
Santa Marcelina, informou que os
hospitais estaduais de São Mateus
e Guianazes já estão sobrecarregados por causa do fechamento
dos serviços. Segundo a direção
do Santa Marcelina, a crise financeira que se arrasta há anos agravou-se em dezembro passado e
estourou em janeiro.
Os 26,6 mil atendimentos mensais na antiga área de pronto-atendimento e pronto-socorro
caíram para 15 mil. O Santa Marcelina tem 727 leitos e, para uma
despesa mensal de R$ 12 milhões,
a unidade fatura apenas R$ 7 milhões pelo SUS e outros R$ 2 milhões de planos de saúde.
Ontem um guarda do pronto-socorro só deixou que uma mulher com dor nas costas entrasse
quando esta disse que tinha caído
da cadeira. A nora da paciente
contou a verdade: a queda fora há
cinco meses, mas a dor não passava. "Ás vezes a gente tem de mentir um pouco para ser atendido",
disse Lucicleide Santos, 26.
A restrição do atendimento era
discutida desde agosto do ano
passado dentro de projeto do Ministério da Saúde para melhorar a
assistência em hospitais. O Santa
Marcelina iria se concentrar nos
casos complexos, só que para isso
deveria haver preparação dos
postos de saúde para atender os
casos simples. No entanto, a crise
fez a restrição ser acelerada.
A diretora-presidente do Santa
Marcelina, irmã Rosane Guedin,
disse ontem que a Secretaria Municipal da Saúde informou não
haver possibilidade de aumento
de repasses e que os serviços sem
o retorno esperado deveriam ser
extintos, pois o atendimento passaria à rede de postos de saúde.
O chefe-de-gabinete da pasta,
Luiz Maria Ramos Filho, disse
desconhecer o fechamento dos
serviços. A prefeitura faz uma reformulação da assistência à saúde
na região.
(FABIANE LEITE)
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