São Paulo, quinta-feira, 28 de abril de 2005

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SAÚDE

Caso, ocorrido em fevereiro, não é alarmante, diz governo

Ceará tem primeiro caso de peste bubônica do país depois de 8 anos

KAMILA FERNANDES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA

Depois de oito anos, foi confirmado no país o primeiro caso de peste bubônica em uma pessoa, no interior do Ceará. O caso, no entanto, não é alarmante, porque a doença está controlada no país, disse a coordenadora do serviço de referência em peste do Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães, em Recife, órgão ligado ao Ministério da Saúde, Alzira de Almeida.
O caso de peste bubônica foi identificado em fevereiro deste ano, no município de Pedra Branca (a 261 km de Fortaleza).
Em nove Estados -CE, PI, PE, AL, BA, RN, PB, RJ e norte de MG- há áreas consideradas endêmicas, nas zonas rurais, onde é feita uma vigilância permanente na busca de possíveis vetores da doença.
A peste, provocada por uma bactéria, a Yersinia pestis, é endêmica entre roedores silvestres e pode ser transmitida ao ser humano por meio de picadas de pulgas infectadas.
Há três tipos da doença: bubônica (menos grave), pneumônica e septicêmica, e, nos casos mais graves, pode matar. Os principais sintomas são febre alta, calafrios, dor de cabeça intensa, hipotensão arterial e confusão mental. O tratamento é feito com antibióticos.
O último caso da doença no Brasil havia acontecido também no Ceará, em 1997. Na década de 80, chegou a haver uma epidemia de peste no Estado, com 250 casos confirmados em cinco anos. Depois disso, houve casos isolados em outros anos, mas sem que a doença se proliferasse.
De acordo com Almeida, há no país áreas consideradas endêmicas onde não são registrados casos da doença em pessoas há mais de 30 anos, como no Rio.
"Há a incidência da doença em vários países do mundo, e, no Brasil, a incidência é bastante baixa, menor até que nos EUA", afirmou Almeida. "Acontecer um caso dentro de áreas endêmicas é normal."
Na prevenção à doença, são feitos exames sorológicos em animais, tanto roedores como cães e gatos, nas áreas endêmicas. No Ceará, em 2004, foram capturados e examinados 922 roedores, segundo a Secretaria da Saúde do Estado, mas só foi confirmada a peste em um deles. Entre cães e gatos, foram examinados 11.551 no mesmo ano -150 estavam com a bactéria.


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