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SAÚDE
Caso, ocorrido em fevereiro, não é alarmante, diz governo
Ceará tem primeiro caso de peste bubônica do país depois de 8 anos
KAMILA FERNANDES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA
Depois de oito anos, foi confirmado no país o primeiro caso de
peste bubônica em uma pessoa,
no interior do Ceará. O caso, no
entanto, não é alarmante, porque
a doença está controlada no país,
disse a coordenadora do serviço
de referência em peste do Centro
de Pesquisas Aggeu Magalhães,
em Recife, órgão ligado ao Ministério da Saúde, Alzira de Almeida.
O caso de peste bubônica foi
identificado em fevereiro deste
ano, no município de Pedra Branca (a 261 km de Fortaleza).
Em nove Estados -CE, PI, PE,
AL, BA, RN, PB, RJ e norte de
MG- há áreas consideradas endêmicas, nas zonas rurais, onde é
feita uma vigilância permanente
na busca de possíveis vetores da
doença.
A peste, provocada por uma
bactéria, a Yersinia pestis, é endêmica entre roedores silvestres e
pode ser transmitida ao ser humano por meio de picadas de pulgas infectadas.
Há três tipos da doença: bubônica (menos grave), pneumônica
e septicêmica, e, nos casos mais
graves, pode matar. Os principais
sintomas são febre alta, calafrios,
dor de cabeça intensa, hipotensão
arterial e confusão mental. O tratamento é feito com antibióticos.
O último caso da doença no
Brasil havia acontecido também
no Ceará, em 1997. Na década de
80, chegou a haver uma epidemia
de peste no Estado, com 250 casos
confirmados em cinco anos. Depois disso, houve casos isolados
em outros anos, mas sem que a
doença se proliferasse.
De acordo com Almeida, há no
país áreas consideradas endêmicas onde não são registrados casos da doença em pessoas há mais
de 30 anos, como no Rio.
"Há a incidência da doença em
vários países do mundo, e, no
Brasil, a incidência é bastante baixa, menor até que nos EUA", afirmou Almeida. "Acontecer um caso dentro de áreas endêmicas é
normal."
Na prevenção à doença, são feitos exames sorológicos em animais, tanto roedores como cães e
gatos, nas áreas endêmicas. No
Ceará, em 2004, foram capturados e examinados 922 roedores,
segundo a Secretaria da Saúde do
Estado, mas só foi confirmada a
peste em um deles. Entre cães e
gatos, foram examinados 11.551
no mesmo ano -150 estavam
com a bactéria.
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