São Paulo, sexta-feira, 28 de abril de 2006

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ACIDENTE

Aeronave atingiu teto de um prédio em São Paulo; piloto e dois funcionários da Eletropaulo morreram carbonizados

Helicóptero cai, explode e mata 3 na Lapa

AFRA BALAZINA
FÁBIO TAKAHASHI
DA REPORTAGEM LOCAL

Um helicóptero caiu ontem à tarde em uma rua na Lapa (zona oeste de São Paulo). Na queda, a aeronave atingiu o teto de um prédio de dois andares e explodiu ao se chocar com o chão. Os três ocupantes, o piloto e dois funcionários da Eletropaulo, morreram carbonizados.
A aeronave, que estava a serviço da Eletropaulo, queimou por cerca de 15 minutos -ficando totalmente destruída, com exceção da cauda, que acabou presa em fios e galhos de árvores. Com o barulho e o fogo, moradores da área e funcionários das empresas da rua do Curtume, onde o helicóptero caiu, entraram em pânico. Algumas mulheres chegaram a desmaiar ao ver a cena.
Nem quem passava no local nem funcionários da empresa atingida se feriram. O acidente ocorreu às 14h, quando a maioria das pessoas que trabalha na região já havia voltado do almoço.
Os três corpos ficaram irreconhecíveis. A Plana Brasil Taxi Aéreo, proprietária do helicóptero, disse que o piloto morto no acidente se chama Átila Limp das Costa Mafra, 29.
As outras duas vítimas são os funcionários da Eletropaulo José Oliveira de Souza, 35, coordenador de linha de transmissão, casado e pai de dois filhos; e Marcelo da Silva, 30, técnico de manutenção, também casado. Os dois trabalhavam na companhia desde janeiro de 1997.
Perto do local do acidente, em um condomínio vizinho ao prédio atingido, há uma quadra esportiva onde crianças brincavam.
As causas da queda ainda estão sendo apuradas. Testemunhas afirmam que o motor da aeronave parou de funcionar subitamente, o que pode indicar uma pane. Elas relatam que ocorreram de duas a quatro explosões.

Inspeção
O helicóptero, modelo Bell 206 Jet Ranger (prefixo PTHOQ), realizava inspeção aérea das linhas de transmissão da Eletropaulo para verificar eventuais problemas. Os fios ficam paralelos à rua do Curtume.
A aeronave voava a 15 m dos fios, que ficam a 15 m do solo, para verificar se havia algum problema. Testemunhas afirmam que na altura de uma subestação da Eletropaulo, a cerca de 500 m do local da queda, a aeronave começou a retornar. Logo em seguida, o barulho das hélices cessou, e a aeronave caiu vertiginosamente.
Na queda, o helicóptero atingiu o teto de um prédio de uma empresa de logística, depois a fiação elétrica da rua e, finalmente, chocou-se ao chão. Nesse momento, segundo pessoas que viram a cena, a aeronave explodiu. O fogo deixou um poste com cerca de 5 m, originalmente cinza claro, totalmente preto.
"Veio um clarão em nossa direção e um bafo quente", afirmou Thiago Maiellaro, 22, que trabalha na empresa de logística, chamada DGT. A explosão ocorreu em frente à firma -os efeitos do choque foram sentidos por meio de uma grande janela que fica no segundo andar. "Todos saíram correndo. Era tanta fumaça que não dava para ver o outro lado da rua", relatou.
No momento do acidente havia cerca de 30 pessoas concentradas no segundo andar da empresa. "Todo mundo ficou em pânico e correu para escapar de uma coisa pior", disse o operador Edvaldo da Silva Santos, 23.
A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) já investiga o caso e deve divulgar em até 90 dias um laudo com as causas do acidente.
Foi o segundo acidente grave envolvendo helicóptero na Grande São Paulo neste ano. Em março, dois irmãos morreram e o piloto ficou ferido com a queda de uma aeronave em Alphaville, bairro no município de Barueri. Eles iam para Ilhabela (litoral norte de SP) em um helicóptero Robinson 44, da empresa do pai dos irmãos.


Colaboraram LUÍSA BRITO, da Reportagem Local, e o "Agora"


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