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Platéia pede, e líder
conduz meditação
DA REPORTAGEM LOCAL
Não deu para segurar. Quando
a palestra do dalai-lama caminhava para o fim (e todos sabiam que
às 16h o mestre evaporaria da sua
frente), uma jovem senhora levantou-se e, em bom inglês, implorou por cinco minutos de meditação, "my lord". Com ele, com
a própria reencarnação do Buda
da Compaixão, como gostam de
dizer os discípulos tibetanos.
O olho posto no relógio de pulso, e o dalai-lama acedeu ao apelo.
"Cinco minutos!", avisou. Antes,
na meia hora anterior, ele já olhara para o mesmo relógio em pelo
menos sete outras vezes.
"Cada um dedique a luz do dia
de hoje a quem quiser", pediu o
religioso. Toda a platéia fechou os
olhos (as exceções eram três ou
quatro). Alguns sentaram-se em
posição de lótus, e fez-se silêncio.
Ninguém se mexia e ouvia-se apenas o chuá-chuá da cachoeira artificial nos fundos do templo, perto
do tanque com flores de lótus.
Com quatro minutos e cinqüenta, o dalai-lama encerrou a meditação. Pela primeira vez, a multidão fez valer a barulheira de que é
capaz. Levantaram-se todos,
aplaudindo e assoviando. O show
acabou.
(LC)
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