São Paulo, sexta-feira, 28 de abril de 2006

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Platéia pede, e líder conduz meditação

DA REPORTAGEM LOCAL

Não deu para segurar. Quando a palestra do dalai-lama caminhava para o fim (e todos sabiam que às 16h o mestre evaporaria da sua frente), uma jovem senhora levantou-se e, em bom inglês, implorou por cinco minutos de meditação, "my lord". Com ele, com a própria reencarnação do Buda da Compaixão, como gostam de dizer os discípulos tibetanos.
O olho posto no relógio de pulso, e o dalai-lama acedeu ao apelo. "Cinco minutos!", avisou. Antes, na meia hora anterior, ele já olhara para o mesmo relógio em pelo menos sete outras vezes.
"Cada um dedique a luz do dia de hoje a quem quiser", pediu o religioso. Toda a platéia fechou os olhos (as exceções eram três ou quatro). Alguns sentaram-se em posição de lótus, e fez-se silêncio. Ninguém se mexia e ouvia-se apenas o chuá-chuá da cachoeira artificial nos fundos do templo, perto do tanque com flores de lótus.
Com quatro minutos e cinqüenta, o dalai-lama encerrou a meditação. Pela primeira vez, a multidão fez valer a barulheira de que é capaz. Levantaram-se todos, aplaudindo e assoviando. O show acabou. (LC)


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