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Para médico, ricos têm visão equivocada de que não precisam do sistema público
DA REPORTAGEM LOCAL
Para o médico Gilson Carvalho, especialista em saúde pública, falta dinheiro ao SUS
(Sistema Único de Saúde) porque as classes mais ricas pensam que não precisam dele.
São tarefas do SUS o controle
de doenças e a vigilância sanitária (fiscalização de medicamentos, alimentos, hospitais e
restaurantes). Os procedimentos de hemodiálise, os transplantes de órgãos e a distribuição das drogas de Aids também
são pagos pelo sistema público.
"O SUS, ainda que não seja,
fica quase classificado como
um sistema de saúde de pobres.
Falta pressão da classe média e
da classe rica em defesa do sistema", diz Carvalho.
Antonio Ivo de Carvalho, diretor da Escola Nacional de
Saúde Pública, concorda: "O
Brasil tem êxitos sanitários laureados internacionalmente".
As falhas, porém, são grandes. O Rio enfrenta hoje a pior
epidemia de dengue dos últimos anos. Os salários dos profissionais de saúde são baixos.
O governo paga mal pelos serviços. Faltam remédios e leitos
nos hospitais. A espera por uma
cirurgia pode durar meses.
O médico Gastão Wagner,
que foi secretário-executivo do
Ministério da Saúde no início
do governo Lula, aponta problemas na organização do sistema. Ele diz que a população
nem sempre encontra todos os
procedimentos médicos porque os hospitais não conversam entre si para dividir o trabalho. Todos, mesmo os vizinhos, acabam oferecendo apenas aqueles procedimentos que
são mais bem remunerados pelo SUS. "Trabalham com a lógica do mercado."
Para Renilson Rehem, secretário de Assistência à Saúde no
governo Fernando Henrique,
apesar dos problemas, a saúde
pública tem melhorado. "Você
tem problema de saúde em
qualquer lugar."
(RW)
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