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SAÚDE
Proporção de fumantes caiu
Analfabetos e pobres fumam mais no Rio
FERNANDA DA ESCÓSSIA
DA SUCURSAL DO RIO
No município do Rio, os analfabetos e os pobres são os que mais
fumam, segundo pesquisa do Inca (Instituto Nacional de Câncer).
O estudo mostra ainda que a proporção de fumantes caiu 8,4 pontos percentuais em relação a 1989,
de 29,8% para 21,4%.
Entre os analfabetos, 26% fumam, um taxa superior à média
da população do Rio -21,4%.
Entre os que têm de um a quatro
anos de estudo, a taxa é de 25,9%,
mas cai entre os que têm de nove a
11 anos de estudo (17,3%) ou mais
de 12 anos (17,2%).
A proporção de fumantes também sobe entre a população mais
pobre: 23,5% dos que ganham até
dois salários mínimos são fumantes. A taxa cai para 21,4% entre os
que ganham de dois a quatro, e
para 16,5% entre os que ganham
mais de 20 salários mínimos.
Com isso, os que mais fumam
são os que têm menos informação
sobre os males do cigarro e os que
têm menos condições financeiras
para fazer tratamento.
"Está claro que as pessoas mais
informadas estão cada vez mais
conscientes dos males do tabagismo e que o consumo está mais
concentrado na parcela mais desfavorecida da comunidade, o que
é uma crueldade", afirmou o diretor do Inca, Jacob Kligerman.
A queda da proporção de fumantes ocorreu entre homens e
mulheres de todas as idades, especialmente entre os mais jovens.
O Inca atribui a redução às medidas de controle do tabagismo.
Em 1999, foram 40.488 mortes
por cânceres originados pelo consumo de cigarro, segundo o instituto. A queda do número de fumantes seria coerente com dados
da Receita Federal que mostram a
redução de 30% do consumo "per
capita" de cigarros de 1989 a 2000.
O Inca avalia que os dados do
Rio podem dar uma idéia do que
está acontecendo no país, pois
não foram verificadas diferenças
significativas entre as regiões dos
hábitos de fumar. Participaram
da pesquisa 2.393 pessoas com 15
anos ou mais em 1.008 domicílios.
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