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TRANSPORTE
Ministério Público afirma ter indícios de que Myryam Athiê tentou favorecer empresa; parlamentar nega
Promotor vê ligação entre vereadora e viação
SIMONE IWASSO
PEDRO DIAS LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL
Um bilhete e um comprovante
de fax encontrados pela Polícia
Civil na garagem da viação Cidade Tiradentes reforçam as suspeitas de ligação entre a vereadora
Myryam Athiê (PPS) e a direção
da empresa, segundo os promotores Sérgio Turra Sobrane e Silvio Marques, do Ministério Público da Justiça e Cidadania.
Em depoimento prestado no último dia 15, o diretor da empresa,
Marco José Cândido da Silva, preso acusado de estelionato, afirmou que Athiê recebia dinheiro
do dono da viação, Samy Jaroviski, para tirar a empresa do regime
de intervenção da SPTrans -órgão municipal que cuida do transporte público na capital- e garantir sua participação no novo
modelo de transporte a ser implantado pela prefeitura. A vereadora nega as acusações.
No bilhete, escrito em folha de
caderno, Jaroviski manda Silva ligar para Milton -supostamente
Milton Sérgio, na época chefe de
gabinete da vereadora- e dizer
que o interventor não estava permitindo retirar dinheiro do caixa
e, por isso, seria impossível "cumprir o trato hoje." Na página seguinte aparece a quantia de R$ 10
mil e, logo abaixo, "Milton Sérgio,
desmarcar reunião 18h".
O valor, de acordo com o Ministério Público, é o mesmo citado
por Silva como sinal do pagamento que seria feito para a vereadora
-R$ 250 mil no total.
"Não podemos afirmar que ela
chegou a receber esse dinheiro,
mas já temos sérios indícios da ligação da vereadora com a viação
Cidade Tiradentes", afirmou o
promotor Silvio Marques.
Também foram apreendidos
cartões de Athiê e de Milton Sérgio e um comprovante de envio
de um fax para o escritório de advocacia da vereadora.
Um depoimento prestado ontem pela advogada Roberta Arantes Lanhoso, funcionária da
SPTrans, também envolve Athiê,
dizem os promotores. A advogada disse que a vereadora estava
presente na primeira reunião realizada entre a SPTrans e a Cidade
Tiradentes, em janeiro, para discutir o contrato emergencial.
Outro lado
Em nota, a vereadora afirma
que está à disposição do Ministério Público para prestar esclarecimentos. Diz também que as anotações encontradas não provam
sua relação com a viação.
Sobre o fax, afirma que "pode
até indicar que algum material tenha sido enviado, mas não demonstra qual o seu conteúdo."
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