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Construção de usina hidrelétrica põe em risco a prática de rafting na serra
SERGIO TORRES
ENVIADO ESPECIAL A COMENDADOR
LEVY GASPARIAN (RJ)
A construção de uma usina
hidrelétrica acabará com um
cenário de cinema e com uma
das principais atrações do esporte e turismo de aventura no
Estado do Rio. As corredeiras
do rio Paraibuna, palco de campeonatos nacionais de canoagem, praticamente secarão.
Ambientalistas, esportistas e
empresários preparam ação judicial contra a iniciativa, cuja
obra começa neste semestre.
A usina ficará na divisa entre
Levy Gasparian (RJ) e Santana
do Deserto (MG). O projeto da
Santa Fé Energética divide o
rio em duas correntes. Uma
formará o lago, de 2 milhões de
m2, para gerar até 30 MW. A
outra comporá as corredeiras.
Sem força e com água controlada, os 21 km de corredeiras ficarão inviáveis para o rafting, travessia em botes infláveis. Foi no Paraibuna que o esporte começou a ser praticado.
A empresa diz que a usina
poderá recompor as corredeiras ao abrir as comportas. Mas
isso só ocorrerá aos sábados,
domingos e feriados, das 10h às
16h, e nas noites de Lua cheia,
das 22h às 2h. "Optamos pelo
desvio do rio. Isso permitirá
que a usina deixe vazão mínima para os períodos de maior
freqüência nas corredeiras",
diz o diretor da companhia, José Guilherme Nascimento.
"É um dos maiores crimes
ambientais do país. A região é
aurífera. Assim que o rio for represado, milhares de garimpeiros invadirão a área", afirma o
hoteleiro Edson Médici.
O estudante de direito Carlos
Martins Neto, 20, reclama que
o tempo de abertura não permite recriar as corredeiras. "O
lugar tem beleza cênica, esporte e lazer. Destaco o relevo numa região onde não há atividade que o justifique. Não tem indústria aqui", diz o remador e
vizinho de onde será a usina.
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