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Manifestantes jogam bombas em policiais
Moradores também queimam ônibus em ato contra morte de suspeito de tráfico em DP na zona leste de SP; polícia diz que foi suicídio
Suspeito foi achado morto na cela, enforcado com um cadarço; distrito foi apedrejado, e tumulto acabou após mais de 3 horas
LUIS KAWAGUTI
DA REPORTAGEM LOCAL
RACHEL AÑÓN
DA AGÊNCIA FOLHA
Aproximadamente 200 manifestantes queimaram um
ônibus e atiraram pedras e
bombas incendiárias contra
policiais na Vila Jacuí (zona
leste de SP) na madrugada de
ontem. Eles protestavam contra a morte de um suspeito de
tráfico no 63º Distrito Policial.
A polícia diz que foi suicídio.
De acordo com a polícia, manifestantes se concentraram às
23h50 de anteontem na avenida Maria Santana, ao lado da
delegacia, e começaram a atirar
pedras em cinco ônibus.
Segundo uma testemunha,
um grupo de homens armados
e levando três garrafas com gasolina ateou fogo em um dos
coletivos. O fogo se alastrou para um ponto de ônibus e a fachada de uma residência. "Vi
aquela labareda enorme. Achei
que a minha casa fosse queimar
inteira", afirmou a aposentada
Aparecida de Paiva, 69.
Policiais civis se refugiaram
na delegacia, que foi atingida
por pedras e bombas de fabricação caseira. Os manifestantes também incendiaram caçambas de lixo e fizeram barricadas. O tumulto foi controlado
por volta das 3h com a chegada
da Tropa de Choque da PM.
Uma pessoa se feriu e duas foram detidas e logo liberadas.
A polícia investiga duas denúncias de que o protesto foi
organizado por dois membros
da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) em
represália à morte do suspeito.
O motivo do protesto foi a
morte do desempregado Sérgio
dos Santos, 38, preso anteontem à tarde. Segundo o delegado Elton Richard Krull, foram
apreendidos com ele cinco papelotes com cocaína. Outros 21
foram encontrados em sua casa, além de R$ 270.
Santos foi colocado sozinho
em uma cela do DP. Por volta
das 20h30, diz a polícia, ele foi
achado morto, enforcado com
um cadarço de tênis.
A irmã da vítima, Marli dos
Santos, 32, afirmou acreditar
que irmão tenha sido assassinado por policiais. "Estava na
porta da casa quando o meu irmão foi preso e vi um deles tirar
a droga do bolso e colocar na
mesa", disse. Krull chamou as
afirmações de "especulações".
Colaborou o "Agora".
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