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BARBARA GANCIA
Relaxe e goze, Rivaldo!
Caro Rivaldo,
aqui na terrinha a coisa
está complicada. A economia patina feito uma chuteira sem travas e nem mesmo o Alan Greenspan consegue convencer os iludidos de que o risco Brasil tende,
sim, a aumentar quando o candidato que se diz admirador de Hugo Chávez, José Bové e Fidel Castro sobe nas pesquisas.
A despeito da blitz em Bangu 1,
Fernandinho Beira-Mar segue
comendo beluga e, quiçá, encomendando mísseis para acertar
alvos que nem sequer as imaginações mais férteis ousam fantasiar.
Em Sampa os sequestros só diminuíram porque nenhum patriota
quer vigiar reféns na Copa.
Mas nada disso interessa a você
neste momento e é justo que seja
assim. Aos seus pés repousa, literalmente, parte da imensa responsabilidade de levar a gloriosa
seleção tapuia ao seu quinto título mundial. Você não pode e não
deve se distrair com questões secundárias.
O que me fez escrever a você nada tem a ver com esses problemas
que nós, como brasileiros, temos
em comum. Escrevo a você, caro
Rivaldo, pois notei nas suas entrevistas mais recentes que você não
entende o motivo de não ser tratado como ídolo na sua terra. Ora
você diz que é preconceito, ora
que é inveja ou falta do que fazer
da imprensa.
Veja só, Rivaldo, nós sabemos
da sua seriedade e conhecemos o
seu talento. A sua postura sempre
foi coerente e eu, pessoalmente,
aprecio sua aversão à exposição
gratuita. Também vibrei com o
puxão de orelha que você deu em
FHC quando ele fez gracinha e
pediu Romário. Sua dedicação
também é conhecida por todos.
Então por que você não é tão
querido quanto, digamos, o Ronaldo? Permita-me uma opinião.
Na busca pelo motivo de tanta rejeição, você tropeça no martírio e
esse tipo de obstáculo não combina com futebol. Sim, você também tem fama de fominha. Mas
algo me diz que não é por aí. O
problema, Rivaldo, é que a rejeição da qual você se sente vítima
acabou criando um círculo vicioso. Para combatê-la, você fica na
defensiva e, ao fazê-lo, tira do torcedor as duas coisas que ele mais
procura: a paixão e a alegria.
Mesmo tendo prazer no que faz,
nós só enxergamos em você aquela expressão encabruada e o peso
que você carrega nas costas.
Futebol tem de ser livre, leve,
solto e gostoso, Rivaldo. Veja o
meu caso: sou santista e nem por
isso deixo de sorrir a cada vez que
penso no meu time.
Boa sorte,
Barbara
QUALQUER NOTA
Pavarotti & cia.
O que é, o que é? Mais chato do que EUA x Coréia e mais irritante do que árbitro da Copa? Se você disse "os três tenores", acertou na mosca.
Sid Jassa
Por falar em mosca, não me surpreenderia se o desenhista Sid Mosca, criador dos capacetes de Emmo, Piquet e Senna, acusasse Ronaldo de plágio. O novo corte de cabelo do artilheiro não é idêntico ao casco do Gil de Ferran?
Astral
Em 98 a musa era a Suzana e deu no que deu. Em 2002 a musa é a adorável Milene. Alguém duvida de que seremos penta?
E-mail - barbara@uol.com.br
www.uol.com.br/barbaragancia/
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