São Paulo, sexta-feira, 28 de junho de 2002

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BARBARA GANCIA

Relaxe e goze, Rivaldo!

Caro Rivaldo,
aqui na terrinha a coisa está complicada. A economia patina feito uma chuteira sem travas e nem mesmo o Alan Greenspan consegue convencer os iludidos de que o risco Brasil tende, sim, a aumentar quando o candidato que se diz admirador de Hugo Chávez, José Bové e Fidel Castro sobe nas pesquisas.
A despeito da blitz em Bangu 1, Fernandinho Beira-Mar segue comendo beluga e, quiçá, encomendando mísseis para acertar alvos que nem sequer as imaginações mais férteis ousam fantasiar. Em Sampa os sequestros só diminuíram porque nenhum patriota quer vigiar reféns na Copa.
Mas nada disso interessa a você neste momento e é justo que seja assim. Aos seus pés repousa, literalmente, parte da imensa responsabilidade de levar a gloriosa seleção tapuia ao seu quinto título mundial. Você não pode e não deve se distrair com questões secundárias.
O que me fez escrever a você nada tem a ver com esses problemas que nós, como brasileiros, temos em comum. Escrevo a você, caro Rivaldo, pois notei nas suas entrevistas mais recentes que você não entende o motivo de não ser tratado como ídolo na sua terra. Ora você diz que é preconceito, ora que é inveja ou falta do que fazer da imprensa.
Veja só, Rivaldo, nós sabemos da sua seriedade e conhecemos o seu talento. A sua postura sempre foi coerente e eu, pessoalmente, aprecio sua aversão à exposição gratuita. Também vibrei com o puxão de orelha que você deu em FHC quando ele fez gracinha e pediu Romário. Sua dedicação também é conhecida por todos.
Então por que você não é tão querido quanto, digamos, o Ronaldo? Permita-me uma opinião. Na busca pelo motivo de tanta rejeição, você tropeça no martírio e esse tipo de obstáculo não combina com futebol. Sim, você também tem fama de fominha. Mas algo me diz que não é por aí. O problema, Rivaldo, é que a rejeição da qual você se sente vítima acabou criando um círculo vicioso. Para combatê-la, você fica na defensiva e, ao fazê-lo, tira do torcedor as duas coisas que ele mais procura: a paixão e a alegria. Mesmo tendo prazer no que faz, nós só enxergamos em você aquela expressão encabruada e o peso que você carrega nas costas.
Futebol tem de ser livre, leve, solto e gostoso, Rivaldo. Veja o meu caso: sou santista e nem por isso deixo de sorrir a cada vez que penso no meu time.
Boa sorte,
Barbara

QUALQUER NOTA

Pavarotti & cia.
O que é, o que é? Mais chato do que EUA x Coréia e mais irritante do que árbitro da Copa? Se você disse "os três tenores", acertou na mosca.

Sid Jassa
Por falar em mosca, não me surpreenderia se o desenhista Sid Mosca, criador dos capacetes de Emmo, Piquet e Senna, acusasse Ronaldo de plágio. O novo corte de cabelo do artilheiro não é idêntico ao casco do Gil de Ferran?

Astral
Em 98 a musa era a Suzana e deu no que deu. Em 2002 a musa é a adorável Milene. Alguém duvida de que seremos penta?

E-mail - barbara@uol.com.br
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