São Paulo, sexta-feira, 28 de junho de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Uê é investigado pelo atentado

DA SUCURSAL DO RIO

O chefe de Polícia Civil, Zaqueu Teixeira, disse ontem que o traficante Ernaldo Pinto de Medeiros, o Uê, preso em Bangu 1, está sendo investigado como um possível mandante do atentado contra a sede da prefeitura, na segunda.
No dia do atentado, Teixeira afirmou não acreditar que a iniciativa tivesse partido de traficantes porque a munição era velha e, segundo ele, os traficantes usam munição nova. Mas o indício que levou a polícia a suspeitar de Uê é justamente a munição: balas americanas Wolf, de calibre 7,62, compatíveis com o fuzil russo AK-47, iguais às usadas no ataque feito por traficantes do morro do Juramento, da quadrilha comandada por Uê, à 27ª DP, em março.
"Por enquanto, essa é uma das hipóteses que estamos investigando", afirmou Teixeira.
A perícia realizada pelo Instituto de Criminalística Carlos Éboli poderá apontar se, além da munição, a arma usada no atentado era a mesma do ataque à delegacia.
Uê é apontado como líder da ADA (Amigo dos Amigos), facção que se aliou ao Terceiro Comando para disputar com o Comando Vermelho o domínio do tráfico no Rio. O "bonde" que atacou a 27ª DP teria mais de 200 traficantes recrutados por ordem de Uê, mesmo ele estando preso.
Para a Secretaria de Segurança, a munição Wolf sai dos EUA, onde é fabricada, vai para a África e de lá para a Argentina. Passa pelos Estados do RS, PR e MS, até chegar ao Rio.



Texto Anterior: Secretário quer mais policiais
Próximo Texto: Operação termina sem apreensões
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.