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CARL GEBHARD FUERST (1920-2010)
Os passos de um médico alemão
ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO
O ambiente estava pesado
na Alemanha após a Primeira Guerra, considerava o pai
de Carl Gebhard Fuerst, e a
família veio para o Brasil. O
pai, comerciante de algodão,
tinha aqui uma plantação.
Aos quatro meses, Carl se
mudou para o Rio. Os primeiros anos foram passados lá,
até que vieram para SP.
Quando teve de decidir a
profissão, voltou para a Alemanha para fazer medicina.
Foi aí que veio a Segunda
Guerra, e Carl acabou incorporado ao serviço médico.
Nesse período, foi casado
com Lilo Ramdohr, do grupo
Rosa Branca, de oposição ao
nazismo. Tiveram uma filha.
Em 1948, voltou ao Brasil,
separado. Revalidou o diploma e só parou de trabalhar
em outubro último. Boa parte
da carreira foi construída no
Hospital Oswaldo Cruz.
Médico de confiança do
Consulado Alemão, fez mais
de 5.000 perícias médicas
para judeus que estiveram
nos campos de concentração, permitindo a eles conseguir indenizações.
Teve mais duas filhas no
segundo casamento. No terceiro e último, uniu-se à advogada Rutnéa.
Apaixonado pela medicina, estudava todos os dias. E
adorava o Brasil. À Alemanha voltava apenas para visitar parentes.
Tinha um câncer há 12
anos. Morreu no domingo
(20), aos 90, deixando viúva,
filhos, netos e bisneto.
coluna.obituario@uol.com.br
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