São Paulo, segunda-feira, 28 de junho de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

CARL GEBHARD FUERST (1920-2010)

Os passos de um médico alemão

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

O ambiente estava pesado na Alemanha após a Primeira Guerra, considerava o pai de Carl Gebhard Fuerst, e a família veio para o Brasil. O pai, comerciante de algodão, tinha aqui uma plantação.
Aos quatro meses, Carl se mudou para o Rio. Os primeiros anos foram passados lá, até que vieram para SP.
Quando teve de decidir a profissão, voltou para a Alemanha para fazer medicina. Foi aí que veio a Segunda Guerra, e Carl acabou incorporado ao serviço médico.
Nesse período, foi casado com Lilo Ramdohr, do grupo Rosa Branca, de oposição ao nazismo. Tiveram uma filha.
Em 1948, voltou ao Brasil, separado. Revalidou o diploma e só parou de trabalhar em outubro último. Boa parte da carreira foi construída no Hospital Oswaldo Cruz.
Médico de confiança do Consulado Alemão, fez mais de 5.000 perícias médicas para judeus que estiveram nos campos de concentração, permitindo a eles conseguir indenizações.
Teve mais duas filhas no segundo casamento. No terceiro e último, uniu-se à advogada Rutnéa.
Apaixonado pela medicina, estudava todos os dias. E adorava o Brasil. À Alemanha voltava apenas para visitar parentes.
Tinha um câncer há 12 anos. Morreu no domingo (20), aos 90, deixando viúva, filhos, netos e bisneto.

coluna.obituario@uol.com.br


Texto Anterior: Mortes
Próximo Texto: Empresas pagam médico top "por fora" para funcionários
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.