São Paulo, sábado, 28 de julho de 2001

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Grupo ainda usa central e celular

DA REPORTAGEM LOCAL

O PCC ainda tem 12 centrais telefônicas em São Paulo, duas delas em Assis e em São José dos Campos, e centenas de celulares espalhados pelos presídios.
As informações constam do depoimento de Sueli Maria Resende Leite, 41, presa quando a polícia estourou uma das centrais.
Desde fevereiro, 18 delas foram grampeadas e desativadas pelos policiais em nove cidades, com a prisão de dez pessoas e a apreensão de R$ 200 mil em equipamentos. Os presos são mulheres de líderes e membros da organização.
As centrais e os celulares -que entram clandestinamente nos presídios- são as maiores armas do PCC para articular suas ações.
De celulares pré-pagos, os presos fazem ligações a cobrar para as centrais e pedem para as telefonistas da quadrilha que transfiram as chamadas a membros do grupo -presos ou em liberdade.
Anteontem, por exemplo, na penitenciária de segurança máxima de Iaras, uma operação da PM localizou 16 celulares. No Carandiru (zona norte da capital), nos últimos dois anos, quase mil aparelhos foram apreendidos.
Foi rastreando uma dessas centrais que as autoridades identificaram os problemas financeiros pelos quais passa o PCC.
Desde a megarrebelião de fevereiro, articulada por celular, as autoridades ensaiam instalar bloqueadores de sinal nos presídios para evitar esses contatos.
Depois disso, 106 presos já escaparam do Complexo do Carandiru, com carros esperando por eles a poucos quilômetros. Um deles -Osmar Aparecido Luiz Filho, o Pirata- já havia tido diálogos gravados por meio das centrais.
Na próxima terça, secretários da Administração Penitenciária vão a Brasília para discutir os testes do sistema em cinco Estados.
Em São Paulo, eles serão feitos no Complexo do Carandiru, no Centro de Detenção Provisória do Belém e nas penitenciárias de Iperó e de Itapetininga. (SC e AS)

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