São Paulo, sábado, 28 de julho de 2001

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TRANSPORTE

Com "promoção", tarifa municipal cairá de R$ 1,40 para R$ 1; passagem foi reajustada em 21,74% em maio

Ônibus em SP terá desconto no Dia dos Pais

ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL

A prefeita de São Paulo, Marta Suplicy (PT), anunciou ontem uma "promoção" da tarifa de ônibus no Dia dos Pais. Em 12 de agosto, domingo, a passagem custará R$ 1,00, e não R$ 1,40, em todas as linhas da capital paulista.
Esse tipo de desconto está previsto nos aditivos contratuais das viações e, segundo Marta, deverá se estender a outras datas comemorativas. "Foi uma idéia comum, que vai ser feita nesse dia e talvez em alguns dias festivos. Acho que Dia das Mães também tem que entrar", disse a prefeita, durante a entrega de 211 veículos ao sistema de transporte.
A compra dos ônibus faz parte do acordo feito com empresários em maio que estabeleceu a renovação de 10% da frota em troca do reajuste da tarifa (21,74%), na época em R$ 1,15. Dos 1.000 veículos previstos, 441 foram entregues. A expectativa da prefeitura é que 2 milhões de usuários utilizem os ônibus no dia da "promoção". As viações deixarão de arrecadar R$ 800 mil, valor de oito ônibus zero-quilômetro.
A intenção da prefeitura ao dar o desconto é conquistar a simpatia da população e atrair passageiros para experimentar os veículos que estão sendo entregues. Hoje, 90 milhões de usuários são transportados por mês no sistema. Há seis anos, eram 150 milhões.
Marta disse que as viações "estão cumprindo a parte delas" no acordo, mas pelo menos um dos itens não está sendo seguido à risca. O prazo para a colocação de cobradores nos ônibus com catraca eletrônica venceu nesta semana, mas as empresas Kuba e Bola Branca não aderiram integralmente. O Sindicato dos Condutores diz que 30 veículos circulam sem esses funcionários.
A SPTrans (responsável pelo gerenciamento do transporte coletivo) afirma que as viações estão sendo multadas. O presidente do Transurb (sindicato patronal), Sérgio Pavani, diz que não há culpa dos empresários. "Se houver algum problema, é na garagem."
O secretário dos Transportes, Carlos Zarattini, e Marta criticaram o governo do Estado, que, segundo eles, dificulta as parcerias. "A gente tem tentado e não tem conseguido a boa vontade do Estado na negociação. A prefeitura queria discutir a integração do metrô no bilhete único", disse Marta. O secretário de Estado dos Transportes Metropolitanos, Cláudio de Senna Frederico, afirmou que não comentaria as declarações, mas que sempre teve interesse em discutir parcerias com a administração Marta.



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