DA REPORTAGEM LOCAL

A operação da Prefeitura de São Paulo para abrigar moradores de debaixo dos viadutos começará na próxima semana, provavelmente terça-feira, quando 33 famílias serão levadas para hotéis ou pensões da região central. O secretário da Habitação, Paulo Teixeira, disse já ter 150 vagas garantidas nesses estabelecimentos.
Os primeiros beneficiados são da favela de Heliópolis, no Sacomã (zona sul), atingida por um incêndio. A idéia é alojar essas famílias nesse tipo de moradia provisória até que elas consigam vagas em programas habitacionais. "Em até um ano e meio conseguiremos encaixá-las em um lugar definitivo", afirmou Teixeira.
A secretaria publicou ontem no "Diário Oficial" uma portaria que prevê alternativas a serem oferecidas à população carente. Teixeira disse que a prefeitura deverá comprar e alugar casas e prédios vazios para alojar essas famílias.
Segundo censo de 2000 realizado pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), há 8.704 moradores de rua em São Paulo. A prefeitura pretende oferecer essa solução provisória, inicialmente, para 500 pessoas. As demais terão que utilizar os albergues municipais. A prioridade é atender primeiramente quem vive em áreas de risco. Os recursos vão sair da verba de atendimento reservada no orçamento da secretaria. Neste ano, havia R$ 3 milhões reservados, dos quais R$ 1,5 milhão já foi gasto. A estimativa é que seja preciso R$ 1,5 milhão/ano para assentar 500 pessoas.
Ontem de manhã, houve novo incêndio sob o viaduto Antártica (zona oeste), dessa vez no alojamento da empreiteira contratada para recuperar a obra, que está interditada. Ninguém se feriu. Na semana passada, um incêndio na favela sob o viaduto afetou a estrutura da construção e desabrigou mais de cem pessoas.


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