São Paulo, sábado, 28 de julho de 2007

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Nos Estados Unidos, equipamento mede atrito na chuva

DENYSE GODOY
ENVIADA ESPECIAL A WASHINGTON

Nos Estados Unidos, a averiguação da segurança das pistas dos aeroportos é baseada principalmente no chamado coeficiente de atrito. Simplificadamente, é a medida da resistência que a pista oferece aos pneus das aeronaves.
As medições devem ser realizadas semanal ou mensalmente, dependendo do volume de tráfego aéreo. Mas, se as condições climáticas forem adversas, como durante chuvas, pode ser necessário realizá-las várias vezes no dia.
Tanto a Icao (Organização Internacional da Avião Civil, da sigla em inglês) quanto a FAA (Administração Federal da Aviação) estabeleceram, após a realização de testes empíricos, padrões de coeficientes de atrito que indicam se a pista está ou não segura para pousos e decolagens -o coeficiente mínimo é 0,42. No caso da FAA, muitos dos exames foram conduzidos pela Nasa, a agência espacial americana, e são repetidos e atualizados periodicamente.
Cada pista de cada aeroporto tem as suas particularidades. Por isso, as administrações dos aeródromos também fazem os seus próprios testes e comparam os resultados com os modelos da Icao e da FAA para determinar os níveis de segurança válidos ali.
Segundo a recomendação da agência, são utilizados veículos especiais dotados de um sistema de medição -o mais comum é o Mu-Meter. Trata-se de um carro adaptado que possui uma ou mais rodinhas, atrás, as quais captam as variações de aderência durante exercícios de deslocamentos, acelerações e freadas na pista.
Seus sensores mandam os dados para um computador de bordo, o qual produz gráficos e diagramas e envia essas informações para o departamento de controle de vôos do aeroporto. Os relatórios são arquivados para consultas futuras.
O sistema de coeficientes apresenta menor confiabilidade quando há mais de 2,5 centímetros de neve ou 1 milímetro de água na pista. Então, para adequar a avaliação, aumenta-se, por exemplo, a distância necessária para frenagem.
Outros padrões são instituídos -os veículos de teste dispõem de um sistema que joga água na pista para simular diversos graus de severidade de chuva e, assim, obter os valores corretos em cada situação.
A FAA destaca que também se aplica o sistema de conferência visual para procurar áreas onde possa haver empoçamento na pista.


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