São Paulo, quarta-feira, 28 de julho de 2010

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Ação contra pedofilia prende PM e mais 20

Coronel está entre os acusados pela Polícia Federal de trocar imagens de pornografia infantil pela internet

Segundo a PF, parte das cenas era dos acusados abusando de menores; foi a maior ação contra esse crime no país

LUCAS FERRAZ
DE BRASÍLIA

Na maior operação realizada no país contra pedofilia na internet, a Polícia Federal prendeu ontem, em flagrante, 21 pessoas que mantinham em casa material pornográfico envolvendo crianças e adolescentes.
Os nomes dos presos não foram divulgados, mas a PF disse que, entre eles, está um coronel da Polícia Militar.
Ao analisar o conteúdo, policiais ainda descobriram que, em muitas das fotos e vídeos arquivados nos computadores dos suspeitos, eles próprios apareciam em cenas abusando de crianças.
As imagens são muito chocantes. Em uma delas, um homem mantinha relações com um bebê de seis meses.
Intitulada de Operação Tapete Persa, a investigação da PF, iniciada em 2009, compartilhou informações com a Interpol e com a polícia alemã. Em uma operação na Alemanha, em 2008, que foram identificados os registros de pessoas que trocavam pornografia infantil na rede.
A Justiça autorizou o cumprimento de 81 mandados de busca e apreensão em dez Estados e no Distrito Federal -foram 13 presos no Estado de SP, dois no Paraná, dois no DF e um no Rio, no Espírito Santo, Alagoas e Goiás. Todos eram homens. Havia um adolescente no esquema.
"Recolhemos fotos e vídeos que envolvem crianças, em alguns casos bebês. É espantoso", disse o delegado Stênio Santos Souza.
Marcelo Bórsio, que coordena a operação ao lado de Stênio, disse que se espantou com a quantidade de "imagens violentas, em que crianças são abusadas até com instrumentos sadomasoquistas" encontradas na ação.

ABUSOS
O Brasil, indica cruzamento de várias polícias internacionais, ocupa o quarto lugar de um ranking mundial de países em registros de pedofilia, principalmente no que diz respeito à divulgação desse material na internet, ficando atrás de Alemanha, Espanha e Inglaterra.
Uma das informações citadas pela Polícia Federal, e que será objeto da investigação que se abre a partir das prisões de ontem, é o fato de muitos dos homens identificados como consumidores de material pornográfico infantil terem ainda abusado de crianças (vizinhos ou parentes) -comprovação feita pelo material encontrado nos computadores apreendidos.
A polícia vai apurar também se os presos utilizavam sites de relacionamento para aliciar crianças.
É crime, passível de prisão e previsto no ECA (Estatuto da Criança e Adolescente), "adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotografia, vídeo ou outra forma de registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente".
As penas podem chegar até 15 anos de prisão.


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