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Ação contra pedofilia prende PM e mais 20
Coronel está entre os acusados pela Polícia Federal de trocar imagens de pornografia infantil pela internet
Segundo a PF, parte das cenas era dos acusados abusando de menores; foi a maior ação contra esse crime no país
LUCAS FERRAZ
DE BRASÍLIA
Na maior operação realizada no país contra pedofilia
na internet, a Polícia Federal
prendeu ontem, em flagrante, 21 pessoas que mantinham em casa material pornográfico envolvendo crianças e adolescentes.
Os nomes dos presos não
foram divulgados, mas a PF
disse que, entre eles, está um
coronel da Polícia Militar.
Ao analisar o conteúdo,
policiais ainda descobriram
que, em muitas das fotos e vídeos arquivados nos computadores dos suspeitos, eles
próprios apareciam em cenas abusando de crianças.
As imagens são muito chocantes. Em uma delas, um
homem mantinha relações
com um bebê de seis meses.
Intitulada de Operação Tapete Persa, a investigação da
PF, iniciada em 2009, compartilhou informações com a
Interpol e com a polícia alemã. Em uma operação na
Alemanha, em 2008, que foram identificados os registros de pessoas que trocavam
pornografia infantil na rede.
A Justiça autorizou o cumprimento de 81 mandados de
busca e apreensão em dez Estados e no Distrito Federal
-foram 13 presos no Estado
de SP, dois no Paraná, dois
no DF e um no Rio, no Espírito Santo, Alagoas e Goiás. Todos eram homens. Havia um
adolescente no esquema.
"Recolhemos fotos e vídeos que envolvem crianças,
em alguns casos bebês. É espantoso", disse o delegado
Stênio Santos Souza.
Marcelo Bórsio, que coordena a operação ao lado de
Stênio, disse que se espantou
com a quantidade de "imagens violentas, em que crianças são abusadas até com
instrumentos sadomasoquistas" encontradas na ação.
ABUSOS
O Brasil, indica cruzamento de várias polícias internacionais, ocupa o quarto lugar
de um ranking mundial de
países em registros de pedofilia, principalmente no que
diz respeito à divulgação desse material na internet, ficando atrás de Alemanha, Espanha e Inglaterra.
Uma das informações citadas pela Polícia Federal, e
que será objeto da investigação que se abre a partir das
prisões de ontem, é o fato de
muitos dos homens identificados como consumidores
de material pornográfico infantil terem ainda abusado
de crianças (vizinhos ou parentes) -comprovação feita
pelo material encontrado nos
computadores apreendidos.
A polícia vai apurar também se os presos utilizavam
sites de relacionamento para
aliciar crianças.
É crime, passível de prisão
e previsto no ECA (Estatuto
da Criança e Adolescente),
"adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotografia, vídeo ou outra forma de registro que contenha
cena de sexo explícito ou
pornográfica envolvendo
criança ou adolescente".
As penas podem chegar
até 15 anos de prisão.
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