São Paulo, quarta-feira, 28 de julho de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Juíza que deu ao pai a guarda de menina diz que ouviu psicólogos

Mãe suspeita de maus-tratos à menina, hoje em coma; pai nega

DO RIO

Responsável por entregar uma menina de cinco anos, hoje em coma profundo, à guarda do pai, agora acusado pela mãe de maus-tratos, a juíza da 1ª Vara de Família de Nova Iguaçu (RJ), Cláudia Nascimento Vieira, afirma ter a "consciência tranquila".
Em entrevista à Folha, ela afirma que seguiu a recomendação de psicólogos, que não havia nada que pesasse contra o pai e que a decisão de dar a ele a guarda da criança não era definitiva.
A menina está internada no Rio desde a semana passada. O pai, André Marins, diz que ela teve convulsões. A mãe, Cristiane Ferraz, suspeitou de maus-tratos após encontrar marcas no corpo da filha, o que é investigado.
Na semana passada, a guarda voltou para a mãe, e o pai foi proibido de visitar a filha no hospital. Anteontem, a juíza voltou atrás e condicionou as visitas ao acompanhamento de profissionais.

 

Folha - Por que rever a decisão que proibia a visita do pai?
Cláudia Nascimento Vieira -
Não seria certo deixar o pai sem ver a filha se não há prova [de maus-tratos]. E, já que um acusa o outro o tempo todo, e a menina está inconsciente, ordenei que eles não fiquem sozinhos [com ela].

Para a segurança dela?
E deles também. Se a menina piora, um pode dizer que foi o outro que fez.

Há registro de maus-tratos?
Se houvesse, ele [o pai] seria proibido de chegar perto.

Mas a mãe fez denúncias de violência doméstica em diferentes delegacias...
Ah, mas aí tem dele contra ela também. No processo principal, teve só uma queixa dela dizendo que ele agrediu a criança. Aí eu suspendi a visitação, foi feito um estudo e se chegou à conclusão de que ele não tinha feito nada.

Por que a guarda foi revertida para ele em maio?
Não foi definitivo. Foi por 90 dias. Depois a menina ia voltar para a mãe.

Por quê?
As psicólogas detectaram síndrome de alienação parental e sugeriram que ela ficasse mais tempo com o pai.


Texto Anterior: Rio quer urbanizar todas as favelas da cidade em dez anos
Próximo Texto: Briga entre pais expõe crianças a síndrome
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.