São Paulo, quarta-feira, 28 de agosto de 2002

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OUTRO LADO

"Decisão pune o lado mais fraco", diz sindicalista

DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente do Sintraemfa (Sindicato dos Trabalhadores em Entidades de Assistência ao Menor e à Família) de São Paulo, Antonio Gilberto da Silva, afirmou ontem que a decisão da Justiça de decretar a prisão preventiva dos agentes da Febem foi "precipitada" e só pune o "lado mais fraco".
Segundo Silva, a direção da unidade, a direção técnica da Febem e a própria presidência da fundação também deveriam ser responsabilizadas pelos episódios.
"A direção da unidade sabe tudo que acontece. O Estado superlota as unidades e não dá condições para se trabalhar. E, no final, quem paga é quem está na ponta, é a parte mais frágil", afirmou.
Para Silva, não foi dado direito de defesa aos funcionários. "É o linchamento público antes de se chegar ao final da investigação", disse.
Ele acredita que o certo é que os funcionários esperassem o julgamento em liberdade. "Achamos que toda denúncia deve ser investigada. Mas a prisão preventiva agora é uma precipitação."
Silva salientou que os funcionários da unidade tiveram dificuldades com a falta de estrutura do local, mas que isso não foi levado em consideração. "Quando o funcionário tira o dinheiro do bolso para melhorar a unidade ou traz baldes de água da vizinhança porque a unidade não tem água, ninguém fala nada", disse.
Afirmou que o sindicato fez várias denúncias contra o diretor da unidade, mas que o governo desconsiderou. "O governo, a presidência da Febem e a direção da unidade permanecem ilesos, o que é uma injustiça."
Ele disse que cinco dos 14 funcionários procuraram o sindicato para reclamar que foram demitidos por justa causa, sem a realização de uma sindicância. Segundo o sindicalista, os funcionários nem tiveram tempo de nomear advogados.
Em nota oficial, a Febem informou que "entende que decisão judicial não tem de ser comentada, deve ser cumprida". Também afirma que "não compactua com prática de violência".


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