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OUTRO LADO
"Decisão pune o lado mais fraco", diz sindicalista
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidente do Sintraemfa (Sindicato dos Trabalhadores em Entidades de Assistência ao Menor e à Família) de São Paulo, Antonio
Gilberto da Silva, afirmou
ontem que a decisão da Justiça de decretar a prisão preventiva dos agentes da Febem foi "precipitada" e só
pune o "lado mais fraco".
Segundo Silva, a direção da
unidade, a direção técnica da
Febem e a própria presidência da fundação também deveriam ser responsabilizadas pelos episódios.
"A direção da unidade sabe tudo que acontece. O Estado superlota as unidades e
não dá condições para se trabalhar. E, no final, quem paga é quem está na ponta, é a parte mais frágil", afirmou.
Para Silva, não foi dado direito de defesa aos funcionários. "É o linchamento público antes de se chegar ao final
da investigação", disse.
Ele acredita que o certo é
que os funcionários esperassem o julgamento em liberdade. "Achamos que toda
denúncia deve ser investigada. Mas a prisão preventiva
agora é uma precipitação."
Silva salientou que os funcionários da unidade tiveram dificuldades com a falta
de estrutura do local, mas
que isso não foi levado em
consideração. "Quando o
funcionário tira o dinheiro
do bolso para melhorar a
unidade ou traz baldes de
água da vizinhança porque a
unidade não tem água, ninguém fala nada", disse.
Afirmou que o sindicato
fez várias denúncias contra o
diretor da unidade, mas que
o governo desconsiderou.
"O governo, a presidência da
Febem e a direção da unidade permanecem ilesos, o que
é uma injustiça."
Ele disse que cinco dos 14
funcionários procuraram o
sindicato para reclamar que
foram demitidos por justa
causa, sem a realização de
uma sindicância. Segundo o
sindicalista, os funcionários
nem tiveram tempo de nomear advogados.
Em nota oficial, a Febem
informou que "entende que
decisão judicial não tem de
ser comentada, deve ser
cumprida". Também afirma
que "não compactua com
prática de violência".
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