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Justiça esvazia abrigo para deficientes mentais
Local, com 25 jovens, foi considerado "degradante"
REGIANE SOARES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A Justiça de São Paulo determinou ontem a imediata retirada das 25 crianças e adolescentes deficientes mentais que estão abrigados provisoriamente
em uma casa na Cidade Dutra,
zona sul da capital. Para o Ministério Público Federal, o local
está em "situação degradante
que fere a dignidade humana".
Os jovens estão há dois meses sob a responsabilidade do
Ceres (Centro de Reabilitação
Sabará), entidade conveniada
da Secretaria Estadual de Assistência e Desenvolvimento
Social. Em diligência realizada
ontem à tarde, a procuradora
Adriana da Silva Fernandes,
constatou que a entidade abriga os jovens de forma precária.
"As 25 pessoas dormiam em
três quartos em condições repugnantes, no chão ou em colchões finos, imundos. Os quartos tinham odor de urina e mofo. Os jovens estavam com roupas sujas e necessitavam de tratamentos odontológicos e de
pele", disse a procuradora em
nota. Segundo ela, todos dormem juntos, independentemente da idade ou do sexo.
A imprensa não teve acesso
ao interior do abrigo. Da calçada, a reportagem verificou que
alguns vidros da porta principal
da casa estão quebrados, e cobertores protegem o espaço vazio. Vizinhos disseram que foram os próprios adolescentes
que quebraram a porta.
"Como minha casa é geminada, eu ouço tudo. É muita gritaria. Os jovens batem nas paredes e ficam largados o dia todo",
conta o webdesigner Alexandre
Alves Crivelari, 46.
Em seu despacho, o juiz Iasin
Issa Ahmed, da Vara da Infância e da Juventude da capital,
determinou o afastamento
imediato da coordenadora da
entidade, identificada apenas
como Maria Amélia, impedindo seu ingresso na casa ou qualquer ato vinculado ao abrigo.
O juiz também determinou
que a secretaria mantenha a
presença "diuturna" de um supervisor que fique na frente do
abrigo "até que seja transferida
a última criança". O local do novo abrigo não foi revelado.
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