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Direito da USP ganha prédio no centro
Objetivo da faculdade é reduzir número de estudantes por sala de aula; hoje, elas chegam a abrigar mais de cem alunos
Imóvel de dez andares será desapropriado pelo governo estadual; prédio fica na rua Riachuelo e faz divisa com
o edifício anexo ao histórico
AFRA BALAZINA
DA REPORTAGEM LOCAL
A Faculdade de Direito da
USP, a mais tradicional da área
no país, irá ganhar mais um
prédio na região central de São
Paulo para desafogar suas salas
de aula, que hoje chegam a abrigar cem estudantes ou mais.
O governo estadual decretou
de utilidade pública ontem um
prédio de dez andares que será
desapropriado para permitir o
crescimento da faculdade do
largo São Francisco.
O imóvel escolhido fica na
rua Riachuelo e faz divisa com
um prédio que já é anexo ao
edifício histórico -os dois são
ligados por uma passarela.
O objetivo principal da ampliação é reduzir o número de
alunos por sala de aula. Para
que isso seja possível, pode-se
transferir a área administrativa
ou as bibliotecas de departamentos para o outro prédio.
O pedido de desapropriação
foi feito pela direção da faculdade ao governador Cláudio
Lembo (PFL) há um mês. Ele
recebeu um abaixo-assinado
com 2.000 adesões. "Não é fácil
conseguir um espaço no centro
de São Paulo, principalmente
que seja contíguo à faculdade.
Esse prédio talvez seja a única
possibilidade de nos desafogar", disse o diretor da faculdade, João Grandino Rodas, 59.
Em sua opinião, pelo fato de o
governador ser ex-aluno da faculdade e atuar como professor
de Direito, ele se sensibilizou
rapidamente.
Segundo Rodas, o valor venal
do imóvel é de R$ 1,2 milhão. "O
prédio deve ter mais de 50
anos, mas tem boa estrutura e
70% dele está desocupado." O
edifício é comercial -possui
salas de advocacia e imobiliária. Há placas de "aluga-se" em
algumas janelas.
A empresa que administra o
imóvel, Fragoma, disse ter sido
pega de "surpresa" e que informaria a proprietária do prédio,
que não se manifestou ontem.
No processo de desapropriação, ela deverá ser indenizada.
Das 18 salas de aula grandes
existentes no edifício histórico,
sete estão ocupadas por bibliotecas. A intenção do diretor é tirar os livros do local e fazer com
que esses espaços voltem a ser
ocupados pelos estudantes.
Ainda não existe, porém, uma
decisão definitiva.
"Temos 400 novos alunos
por ano, que se dividem no período noturno e diurno. São em
média cem alunos por sala. Se
conseguíssemos dividir e deixar entre 50 e 60 alunos por sala, ficaria bastante razoável."
Ele acredita que, com a mudança, o aprendizado será maior.
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