São Paulo, terça-feira, 28 de setembro de 2010

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Sem placa e multa, caminhão permanece

Continuou grande o fluxo de veículos pesados no Morumbi no primeiro dia de restrição, ainda sem penalidades

Restrição atinge vias como Giovanni Gronchi, Francisco Morato, Morumbi, Jorge João Saad e Oscar Americano

Apu Gomes/Folhapress
Caminhões passavam ontem por esquina das avenidas Giovanni Gronchi e Carlos Caldeira Filho, na região do Morumbi

GUTO LOBATO
RAPHAEL VELEDA

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O alívio no trânsito do Morumbi foi praticamente nulo ontem, com o início da restrição de circulação de caminhões em vias do bairro da zona oeste paulistana.
Como a CET (Companhia de Engenharia de Trânsito) ainda não está aplicando multas, os motoristas permaneceram usando as ruas como alternativa à marginal Pinheiros, onde esse tipo de veículo também foi proibido.
A sinalização para alertar motoristas também era falha.
Pelas novas regras, caminhões com mais de 6,3 metros de comprimento estão vetados em avenidas como Giovanni Gronchi, Francisco Morato, Morumbi, Jorge João Saad e ruas como Oscar Americano e Padre Lebret de segunda-feira a sexta-feira, de 5h às 21h, e aos sábados, de 10h às 14h.
Algumas categorias especiais de caminhões podem circular mediante cadastro junto à prefeitura -exceto na avenida Francisco Morato.
A data do início das multas ainda não foi definida.
Segundo moradores, essas vias ficaram saturadas após o veto a caminhões na marginal e nas avenidas dos Bandeirantes, Afonso Taunay e Roberto Marinho.
Com a nova proibição, o fluxo deve migrar para a estrada de Itapecerica, no Campo Limpo, zona sul.
A Folha percorreu o bairro do Morumbi na tarde de ontem. Muitos motoristas circularam pelo bairro e ignoraram as novas regras, alegando que ainda não serão multados.
A CET instalou faixas com orientações sobre as vias restritas. Mas algumas, como a Francisco Morato e a Morumbi, possuíam placas com informações defasadas.
Na Giovanni Gronchi, a reportagem avistou seis veículos de grande porte.
Um deles estava estacionado em local proibido.
Na esquina da Francisco Morato com a Jorge João Saad, cinco caminhões passaram em um período de 20 minutos.
Um agente da CET que estava no local e não quis se identificar disse não acreditar na eficácia das novas restrições. "Vai melhorar aqui e piorar em outras ruas."

MOTORISTAS
Quem conduz os veículos reclama das novas regras.
O caminhoneiro Andres Lélis de Amarante, 45, soube das restrições no bairro a caminho da capital, mas resolveu insistir no trajeto do Morumbi para seguir à Baixada Santista.
"Toda semana que você chega a São Paulo tem uma regra diferente", disse.
Com o prolongamento da avenida Jacu-Pêssego, a CET afirma que há planos de restringir o tráfego em outras vias, como as avenidas do Estado e Salim Farah Maluf e a marginal Tietê.
A tendência é forçar caminhões pesados a circular pela Jacu-Pêssego e pelo trecho sul do Rodoanel.
As medidas podem, no entanto, gerar uma crise de abastecimento, segundo o presidente em exercício do Setcesp (Sindicato das Empresas de Transportes de Carga de São Paulo), Manoel Lima Júnior.
"Há 25 mil indústrias com 460 mil trabalhadores em Santo Amaro, Interlagos e Capela do Socorro. Com as restrições, essas áreas ficam inacessíveis", diz.


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