São Paulo, terça-feira, 28 de novembro de 2000

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VIOLÊNCIA
Taxa é 253% superior à registrada em 99; para Secretaria da Segurança Pública, houve banalização desse crime
SP tem média de 5 sequestros por mês

MARIANA VIVEIROS
DA REPORTAGEM LOCAL

O Estado São Paulo registrou de janeiro a setembro deste ano uma média de 5,3 sequestros por mês. É uma taxa 253% maior do que a verificada em 1999 pela Secretaria de Estado da Segurança Pública (1,5 caso por mês).
Nos primeiros nove meses de 2000, a polícia registrou 48 ocorrências desse crime. Em todo o ano passado foram 18.
Os números da Secretaria da Segurança Pública incluem somente os casos "clássicos" de sequestro: quando há cativeiro e pedido de resgate. Não estão incluídos aí os sequestros-relâmpagos.
O secretário Marco Vinicio Petrelluzzi não quis comentar ontem o crescimento desse tipo de crime, mas, na semana passada, ao divulgar o balanço da criminalidade no terceiro trimestre, disse que o índice era preocupante.
A explicação da secretaria para o aumento nas ocorrências é que o sequestro se banalizou. Para justificar a tese, afirmam que o valor dos resgates vem diminuindo -chegando a até R$ 10 mil- e que, hoje, as vítimas estão também na classe média.
Outro fator que contribuiu para o crescimento do índice, na opinião do governo, foi o grande número de sequestros praticados no início deste ano na região de Campinas (99 km de São Paulo).
Segundo dados oficiais, no interior do Estado ocorreram oito sequestros no primeiro trimestre deste ano, 13 no segundo e dois no terceiro trimestre. Na capital foram registradas, respectivamente, cinco, dez e oito ocorrências.
Para combater o crescimento do crime no interior, a Secretaria da Segurança Pública está instalando grupos anti-sequestro em São José dos Campos e Campinas. A idéia é que eles estejam operando até o final deste ano.

Migração
Outra possível razão para o crescimento dos sequestros em São Paulo é a migração. Quadrilhas organizadas podem estar "mudando de ramo".
O tráfico de drogas teve redução de 8%, comparando-se o terceiro e o segundo trimestres deste ano. Os roubos a bancos caíram de 155 para 111 no mesmo intervalo. E os roubos e furtos de veículos se mantiveram praticamente estáveis nos últimos dois trimestres, em torno de 60 mil casos.
Enquanto os sequestros crescem em São Paulo, no Rio de Janeiro o crime vem diminuindo. Até agosto deste ano, segundo o governador Anthony Garotinho, haviam sido registrados três casos em seu Estado.


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