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VIOLÊNCIA
Taxa é 253% superior à registrada em 99; para Secretaria da Segurança Pública, houve banalização desse crime
SP tem média de 5 sequestros por mês
MARIANA VIVEIROS
DA REPORTAGEM LOCAL
O Estado São Paulo registrou de janeiro a
setembro deste ano uma média de
5,3 sequestros por mês. É uma taxa 253% maior do que a verificada
em 1999 pela Secretaria de Estado
da Segurança Pública (1,5 caso
por mês).
Nos primeiros nove meses de
2000, a polícia registrou 48 ocorrências desse crime. Em todo o
ano passado foram 18.
Os números da Secretaria da Segurança Pública incluem somente
os casos "clássicos" de sequestro:
quando há cativeiro e pedido de
resgate. Não estão incluídos aí os
sequestros-relâmpagos.
O secretário Marco Vinicio Petrelluzzi não quis comentar ontem o crescimento desse tipo de
crime, mas, na semana passada,
ao divulgar o balanço da criminalidade no terceiro trimestre, disse
que o índice era preocupante.
A explicação da secretaria para
o aumento nas ocorrências é que
o sequestro se banalizou. Para justificar a tese, afirmam que o valor
dos resgates vem diminuindo
-chegando a até R$ 10 mil- e
que, hoje, as vítimas estão também na classe média.
Outro fator que contribuiu para
o crescimento do índice, na opinião do governo, foi o grande número de sequestros praticados no
início deste ano na região de
Campinas (99 km de São Paulo).
Segundo dados oficiais, no interior do Estado ocorreram oito sequestros no primeiro trimestre
deste ano, 13 no segundo e dois no
terceiro trimestre. Na capital foram registradas, respectivamente,
cinco, dez e oito ocorrências.
Para combater o crescimento
do crime no interior, a Secretaria
da Segurança Pública está instalando grupos anti-sequestro em
São José dos Campos e Campinas.
A idéia é que eles estejam operando até o final deste ano.
Migração
Outra possível razão para o
crescimento dos sequestros em
São Paulo é a migração. Quadrilhas organizadas podem estar
"mudando de ramo".
O tráfico de drogas teve redução
de 8%, comparando-se o terceiro
e o segundo trimestres deste ano.
Os roubos a bancos caíram de 155
para 111 no mesmo intervalo. E os
roubos e furtos de veículos se
mantiveram praticamente estáveis nos últimos dois trimestres,
em torno de 60 mil casos.
Enquanto os sequestros crescem em São Paulo, no Rio de Janeiro o crime vem diminuindo.
Até agosto deste ano, segundo o
governador Anthony Garotinho,
haviam sido registrados três casos
em seu Estado.
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