São Paulo, terça-feira, 28 de novembro de 2006

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Para Kassab, não há solução para enchente

Chuvas voltaram a castigar a cidade ontem, mas prefeito e técnicos admitem que a situação deve se repetir durante todo o verão

Prefeitura diz que investiu R$ 75,4 milhões neste ano em obras antialagamento, contra R$ 57,3 milhões gastos no ano passado

AFRA BALAZINA
EVANDRO SPINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Pessoas e carros ilhados, aeroporto parado, túnel interditado e mais um dia de trânsito caótico. No mesmo dia em que as chuvas voltaram a castigar a cidade, técnicos da Prefeitura de São Paulo e o próprio prefeito Gilberto Kassab (PFL) disseram que não há solução.
"O que as nossas equipes estão fazendo é estar preparadas para atuar nesses locais em que, com certeza, haverá enchentes", disse Kassab ontem.
Já Hassan Barakat, engenheiro do CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências), órgão da prefeitura responsável por monitorar as enchentes na cidade, considera a situação normal. "É um problema de toda grande metrópole", afirmou, citando as recentes enchentes em Salvador e em Curitiba.
A prefeitura diz que os investimentos neste ano -de R$ 75,4 milhões- superam os R$ 57,3 milhões de 2005 e que irá intensificar as operações cata-bagulho e de corte de árvores.
Mas, para Kassab, o que resta à prefeitura é tentar minimizar os transtornos à população.
"Todos sabem que a cidade de São Paulo é uma cidade de altos e baixos. Desde a época de Anchieta, nos seus escritos, tem relatos das áreas da cidade inundadas", afirmou o prefeito. O padre jesuíta espanhol José de Anchieta (1534-1597) participou da fundação do Colégio de São Paulo, que deu origem ao povoado que hoje é a cidade de São Paulo.

Transtornos
Pousos e decolagens ficaram suspensos em Congonhas por cerca de meia hora à tarde. A chuva forçou também o fechamento do túnel do Anhangabaú nos dois sentidos, na região central, por cerca de uma hora.
De acordo com a Defesa Civil, um barraco desabou em Paraisópolis e o muro de uma casa não resistiu na região de Campo Limpo. Não houve vítimas.
Até a avenida Paulista chegou a alagar, entre a Bela Cintra e a Haddock Lobo. Na região do Butantã pessoas chegaram a ficar ilhadas.
Na rua do Símbolo, por exemplo, casas alagaram. "Entrou água no meu quarto e acabou a força. A casa do meu vizinho também inundou. O córrego perto de casa encheu rápido demais", contou uma moradora. Outras áreas críticas foram a Lapa, o Campo Limpo, a Mooca e a região de Congonhas.
Segundo a CET, às 18h30 de ontem havia 159 km de congestionamento -a média deste mês para o horário é de 52 km.
Os bombeiros registraram duas quedas de árvores -uma na alameda Casa Branca, nos Jardins, e outra na rua Manuel de Ferreira Landim, no Jardim Campo Grande, sobre um carro. Ninguém ficou ferido.
Neste mês, já choveu cerca de 150 mm -um pouco acima da média para o mês, de 146 mm. As chuvas, como de costume, serão mais intensas em dezembro, quando começa o verão.


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