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Para Kassab, não há solução para enchente
Chuvas voltaram a castigar a cidade ontem, mas prefeito e técnicos admitem que a situação deve se repetir durante todo o verão
Prefeitura diz que investiu R$ 75,4 milhões neste ano em obras antialagamento, contra R$ 57,3 milhões gastos no ano passado
AFRA BALAZINA
EVANDRO SPINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Pessoas e carros ilhados, aeroporto parado, túnel interditado e mais um dia de trânsito
caótico. No mesmo dia em que
as chuvas voltaram a castigar a
cidade, técnicos da Prefeitura
de São Paulo e o próprio prefeito Gilberto Kassab (PFL) disseram que não há solução.
"O que as nossas equipes estão fazendo é estar preparadas
para atuar nesses locais em
que, com certeza, haverá enchentes", disse Kassab ontem.
Já Hassan Barakat, engenheiro do CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências),
órgão da prefeitura responsável por monitorar as enchentes
na cidade, considera a situação
normal. "É um problema de toda grande metrópole", afirmou,
citando as recentes enchentes
em Salvador e em Curitiba.
A prefeitura diz que os investimentos neste ano -de R$
75,4 milhões- superam os R$
57,3 milhões de 2005 e que irá
intensificar as operações cata-bagulho e de corte de árvores.
Mas, para Kassab, o que resta
à prefeitura é tentar minimizar
os transtornos à população.
"Todos sabem que a cidade
de São Paulo é uma cidade de
altos e baixos. Desde a época de
Anchieta, nos seus escritos,
tem relatos das áreas da cidade
inundadas", afirmou o prefeito.
O padre jesuíta espanhol José
de Anchieta (1534-1597) participou da fundação do Colégio
de São Paulo, que deu origem
ao povoado que hoje é a cidade
de São Paulo.
Transtornos
Pousos e decolagens ficaram
suspensos em Congonhas por
cerca de meia hora à tarde. A
chuva forçou também o fechamento do túnel do Anhangabaú
nos dois sentidos, na região
central, por cerca de uma hora.
De acordo com a Defesa Civil,
um barraco desabou em Paraisópolis e o muro de uma casa
não resistiu na região de Campo Limpo. Não houve vítimas.
Até a avenida Paulista chegou a alagar, entre a Bela Cintra
e a Haddock Lobo. Na região do
Butantã pessoas chegaram a ficar ilhadas.
Na rua do Símbolo, por
exemplo, casas alagaram. "Entrou água no meu quarto e acabou a força. A casa do meu vizinho também inundou. O córrego perto de casa encheu rápido
demais", contou uma moradora. Outras áreas críticas foram a
Lapa, o Campo Limpo, a Mooca
e a região de Congonhas.
Segundo a CET, às 18h30 de
ontem havia 159 km de congestionamento -a média deste
mês para o horário é de 52 km.
Os bombeiros registraram
duas quedas de árvores -uma
na alameda Casa Branca, nos
Jardins, e outra na rua Manuel
de Ferreira Landim, no Jardim
Campo Grande, sobre um carro. Ninguém ficou ferido.
Neste mês, já choveu cerca de
150 mm -um pouco acima da
média para o mês, de 146 mm.
As chuvas, como de costume,
serão mais intensas em dezembro, quando começa o verão.
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