São Paulo, terça-feira, 28 de novembro de 2006

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Almoço com modelo teve até feijoada

DA REPORTAGEM LOCAL

Em tempo de Ana Carolina Reston, 21, a modelo morta por anorexia, 172 centímetros e 40 quilos, comer-comer-comer é palavra de ordem na Ford Models. No sábado, o almoço foi feijoada -diante dos jornalistas. No domingo, teve pizza, muito queijo, diante dos jornalistas. A agência ainda providenciou uma palestra com nutricionistas da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).
"Estou no mercado há 11 anos e a morte dessa modelo foi a primeira que vi em nosso meio", afirma Décio Ribeiro. Todas as meninas foram examinadas, pesadas e medidas pelo pessoal da Unifesp. Diagnóstico: nenhuma tem traço de anorexia ou bulimia, apesar das proporções esquálidas:
"É biotipo. A gente investe, só nesse concurso, R$ 20 mil por menina, entre transporte, alimentação e hospedagem. Depois, teremos de aguardar até três anos para que elas ganhem corpo. Teria sentido investir em uma garota com problemas?", pergunta o dono da Ford.

Precoce
Três das meninas sequer tiveram a primeira menstruação; duas tiveram na semana passada "Acho que foi o nervoso de vir para a final que fez descer", diz Bruna Velho Baú, 13 anos, 170 cm, 44 kg.
A preparação para o desfile de hoje começou na sexta-feira, com direito a aulas sobre salto alto e a palestras.
O espírito da coisa foi a ex-modelo Denise Céspedes que ensinou: "Dizem que vida de modelo é glamour. Não é. É ter de pedir emprego todo dia". Vida dura.


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