JAIRO MARQUES
DA AGÊNCIA FOLHA

Blecautes que atingiram a ilha por 62 horas, a implantação, sob protestos, de um sistema integrado de transporte e a perda de apoio político são fatores que podem justificar a queda de popularidade da prefeita de Florianópolis (SC), Angela Amin (PP), 50.
Ela apareceu em quarto lugar na pesquisa Datafolha, caindo três posições em relação ao levantamento do ano passado.
Em sete anos de mandato, Angela apareceu cinco vezes em primeiro lugar e uma vez em segundo. Neste ano, porém, não conseguiu segurar o bom desempenho.
Em 2000, Angela chegou a ter avaliação positiva de 72% (conceito bom ou ótimo). Nos anos subsequentes, contudo, ela foi para 68%, em 2001, 63%, em 2002, e, agora, aparece com 56%.
"O resultado era esperado. O ano foi muito complicado, tivemos de fazer mudanças no setor de transportes e elas mexeram diretamente com a vida de muita gente. Houve um desgaste, mas eu não poderia deixar de tomar atitudes. As coisas agora estão se acomodando e tenho certeza de que a população vai entender o que foi feito", disse a prefeita.
Para o professor de economia política da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) Gerônimo Machado, atingiram a administração da prefeita a não-reeleição de seu marido, Esperidião Amin (PP), para o governo e a mudança na esfera federal.
"Antes a prefeita tinha todo o apoio financeiro para grandes obras que davam visibilidade à administração. Agora, naturalmente, as facilidades para angariar recursos não existem."
Segundo a própria prefeita, ao menos sete projetos que dependiam de recursos da União foram cancelados neste ano.
Aspectos estruturais, porém, são apontados como causas mais determinantes na queda de popularidade de Angela Amin. Santa Catarina, que tem 300 mil moradores, viveu horas de caos devido à falta de energia em novembro. Houve também greve de funcionários que coletam o lixo e alterações no sistema de transporte, que geraram manifestações.



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