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Kassab libera emendas e aprova o Orçamento 2007
Pelo acordo, cada um dos vereadores apresentou propostas, no valor de até R$ 1 mi
Bancada governista, com autorização do prefeito, retirou os aumentos que estavam previstos para o ISS (Imposto Sobre Serviços)
EVANDRO SPINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Após o prefeito Gilberto Kassab (PFL) se comprometer a liberar em 2007 R$ 1 milhão em
emendas de cada um dos 55 vereadores, a Câmara Municipal
aprovou ontem o Orçamento
para o próximo ano, no valor de
R$ 21,5 bilhões, e o projeto que
previa aumentos de impostos.
Para incluir as emendas dos
vereadores no projeto, a Câmara fez, com o aval da equipe do
prefeito, remanejamentos no
texto, horas antes da votação.
Neste ano, o Orçamento aprovado foi de R$ 17,2 bilhões.
Kassab, porém, recuou ainda
mais na questão dos impostos.
Ele já havia desistido de aumentar o IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) em
2007. Ontem, o prefeito autorizou sua bancada na Câmara a
retirar do projeto também os
aumentos previstos para o ISS
(Imposto Sobre Serviços).
Profissionais liberais que antes não pagavam ISS agora terão de pagar, mas, para compensar, o projeto isenta esses
trabalhadores do pagamento
da TFE (Taxa de Fiscalização
de Estabelecimento).
Permaneceram inalteradas
as mudanças no ITBI (Imposto
de Transmissão de Bens Intervivos) -cobrado na venda de
imóveis-, a autorização para a
prefeitura vender seus créditos
de carbono -certificados obtidos com a redução da emissão
de gases do aterro Bandeirantes- e o programa de parcelamento de dívidas.
Técnicos da Secretaria de Finanças ficaram parte da tarde e
início da noite na Câmara, em
uma sala do terceiro andar, elaborando o texto final que foi votado em seguida no plenário.
Os vereadores tiveram aproximadamente dez minutos para
ler e votar o projeto.
O líder do governo, Gilson
Barreto (PSDB), disse que foi
retirado do projeto "tudo o que
o pessoal queria", referindo-se
aos aumentos dos impostos.
A assessoria de Kassab negou
relação entre a autorização para as emendas e a aprovação
dos projetos. Segundo a prefeitura, a proposta de estabelecer
um valor de emendas por vereador foi da própria Câmara.
Neste ano, de acordo com a
assessoria de Kassab, a Câmara
aprovou R$ 1,3 bilhão em
emendas, mas a grande maioria
delas é impossível de ser executada. Com o acordo firmado para 2007, a expectativa é que a
maioria das emendas seja efetivamente aplicada.
De acordo com a assessoria, o
objetivo é adotar em São Paulo
a mesma prática do Congresso
Nacional, na qual cada deputado e senador tem "direito" a
apresentar um determinado
valor em emendas e o governo
"se esforça" para cumpri-las.
Na prática, porém, o governo
usa a liberação das emendas como pressão na votação de projetos de seu interesse.
Para os vereadores, as emendas são importantes porque as
obras beneficiam seus redutos
eleitorais e eles podem usar isso eleitoralmente.
Apesar das negativas do governo, vereadores afirmavam
ontem, nos corredores da Câmara, que o compromisso de
Kassab de cumprir as emendas
ajudou a "quebrar resistências". Apenas as bancadas do
PT e do PSOL se manifestaram
contra, em votação simbólica.
Marginais
A Câmara adiou para 2007 a
votação do projeto que autoriza
a prefeitura a transferir para o
governo do Estado a manutenção das marginais dos rios Pinheiros e Tietê. O projeto permite ainda a privatização das
avenidas, com a instalação de
pedágios nas novas faixas que
vierem a ser construídas.
A bancada governista pressionou pela votação do projeto,
que estava na pauta das sessões
extraordinárias convocadas para ontem. A oposição, porém,
conseguiu impedir a votação e a
proposta agora só voltará a ser
analisada no próximo ano.
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