São Paulo, segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

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Sean voltou aos EUA por vontade própria, diz pai americano

Em entrevista à TV, David Goldman diz esperar que o filho não tenha pesadelos depois da entrega tumultuada no Rio

Para ele, confusão na porta do consulado foi retaliação da família materna, que havia perdido a custódia do garoto em disputa na Justiça

SÉRGIO DÁVILA
DE WASHINGTON

O menino Sean mudou-se para os EUA por vontade própria. Quem diz isso é o pai, David Goldman, segundo trechos da entrevista que ele deu com exclusividade à NBC, a primeira desde a reunião dos dois. Parte da conversa vai ao ar hoje no programa de variedades "Today", às 7h locais (10h de Brasília), e parte no "Dateline" de 8 de janeiro, em especial de duas horas sobre o caso.
"Ele veio por conta própria", disse o norte-americano à apresentadora Meredith Vieira. "E ele está aqui agora, com seus primos. Eles estão se divertindo." A emissora não revela onde foi feita a entrevista, provavelmente a pedido do pai, mas especula-se que os dois passaram o Natal em Orlando, na Flórida, e só embarquem nesta semana para a casa dos Goldman em Tinton Falls, no Estado de Nova Jersey.
Mais adiante, David reforça o ponto de que o garoto não foi forçado a nada, embora a passagem de custódia da família materna para o pai tenha sido resultado de uma decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal, na quinta, depois de longa disputa judicial. "Sean nunca disse: "Eu não quero ir com você, eu não quero ficar com você". Ele não resistiu nada", afirma David. "Ao mesmo tempo, estava sofrendo muito. O que viveu é incomensurável", afirmou o pai.
O americano voltou a criticar as circunstâncias da entrega do menino no Consulado dos EUA no Rio, ocorrida na manhã do dia 24 último. Em meio a tumulto por conta do assédio da imprensa. David Goldman acredita que a entrega tenha sido feita em público como retaliação, o que a família materna nega. "Espero que ele não tenha pesadelos pelo resto da vida por causa daquele dia", disse David Goldman.
"Nunca vou entendê-los [os familiares brasileiros]", diz ele à jornalista, segundo trechos divulgados ontem. "Não acredito que alguém com uma lógica racional e amor verdadeiro possa compreender aquele espetáculo que eles criaram lá." Ao mesmo tempo, ele elogia a ausência de violência no episódio do Consulado do Rio.
Ontem, em entrevista ao "Fantástico", da Rede Globo, o padrasto João Paulo Lins e Silva disse nunca ter negado acesso do pai biológico à criança e que espera poder rever o enteado nos EUA, o que disse ter certeza de que será "dificultado".


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