DA REPORTAGEM LOCAL

As chuvas que atingem a região Sudeste há cerca de 15 dias devem continuar pelo menos até sábado. De acordo com o meteorologista Marcelo Seluchi, do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), nos próximos quatro dias a chuva será contínua e de intensidade fraca a moderada, com a possibilidade de pancadas mais fortes em pontos isolados.
A tenente Tânia Pinc, da Defesa Civil do Estado de São Paulo, alertou que a garoa contínua, apesar de não ter força, encharca a terra das áreas de risco, tornando-as suscetíveis a desmoronamentos.
Seluchi disse que um estudo aponta que o acúmulo de chuva superior a 100 mm ao longo de 72 horas pode ter o mesmo efeito de uma tempestade. "O que interessa é o volume total de água."
Apenas na madrugada de ontem, o Inpe registrou 50,3 mm na capital paulista. O índice do mês de janeiro já chega a 296,4 mm.
Seluchi disse que deverão ser mais afetados, nos próximos dias, o leste de São Paulo, o sul de Minas Gerais, o sul do Rio de Janeiro e, com menor intensidade, o interior paulista, o sul de Goiás e o Triângulo Mineiro.

Por que tem chovido
Nos últimos 15 dias, uma frente fria ficou estacionada sobre a região Sudeste. Seluchi explicou que esse fenômeno, considerado típico de verão, é conhecido como Zona de Convergência do Atlântico Sul. Ele ocorre quando os ventos dos altos níveis da atmosfera (acima de 5 km) convergem para as regiões Sudeste e Centro-Oeste, impedindo que a banda de nebulosidade sobre a área se desloque.
Seluchi disse que o fenômeno não é influenciado pelo El Niño (aquecimento natural das águas do oceano Pacífico), mas tem relação com as trovoadas e a umidade da região Amazônica.
Para evitar acidentes como os de ontem, a Defesa Civil realiza todo ano a Operação Verão. Através do monitoramento meteorológico do Estado, o órgão envia boletins para as prefeituras, alertando sobre possíveis problemas. (DR)


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