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LEGISLATIVO
Proposta, aprovada em primeira votação, começa a ser analisada hoje e poderá render R$ 300 milhões a mais
Prefeitura quer anistiar 800 mil imóveis
JOÃO CARLOS SILVA
DA REPORTAGEM LOCAL
Eleita como uma das prioridades do governo e um dos projetos
que motivaram a convocação extraordinária da Câmara Municipal de São Paulo, proposta que será analisada a partir de hoje pelos
vereadores propõe anistia a cerca
de 800 mil imóveis irregulares e
pode render arrecadação extra de
R$ 300 milhões à prefeitura.
A anistia trata da possibilidade
de regularizar a situação dos imóveis, não de atividades. Ou seja:
não está em discussão, por exemplo, a permissão de funcionamento de uma loja em uma zona estritamente residencial.
Segundo a prefeitura, a anistia
foi proposta originalmente para
beneficiar principalmente imóveis que não atendem às regras
quanto a recuos obrigatórios ou
desrespeitam limites de construção previstos na legislação.
A proposta, porém, pode ser alterada por substitutivos e emendas apresentadas pelos vereadores, como já ocorreu com o projeto original enviado ao Legislativo
pela prefeita Marta Suplicy (PT).
Pela proposta já aprovada em
primeira votação na Câmara, em
agosto do ano passado, os imóveis que poderão ser beneficiados
são aqueles que já tinham sido
construídos até maio de 2001.
Pelos cálculos da prefeitura, cerca de 50% desses 800 mil imóveis
são residenciais.
Para os imóveis residenciais de
até 150 m2 de área construída, por
exemplo, a anistia poderá ser imediata -independerá do pedido
do morador- e não deverá envolver custos. No total, há cerca
de 500 mil imóveis nessa situação,
segundo dados da prefeitura obtidos pelo líder do governo na Câmara, José Mentor (PT).
Em outros casos, a regularização do imóvel terá de ser paga. Segundo a proposta que tramita no
Legislativo, construções acima de
500 m2 terão de dar uma contrapartida financeira ao município,
calculada com base no valor venal
do terreno onde foi construído o
imóvel irregular.
Um caso típico é o de um edifício que tem mais andares do que
o permitido pela lei de zoneamento. Com a anistia, ele poderá ser
regularizado, desde que pague à
prefeitura por isso.
A proposta prevê cobrar o equivalente a 60% do valor venal do
terreno para cada metro quadrado construído irregularmente. Essa cobrança é chamada de outorga onerosa. Só nesse item, a prefeitura prevê arrecadar R$ 50 milhões, se o projeto for aprovado.
Os outros R$ 250 milhões, segundo o vereador José Mentor,
serão arrecadados por meio da
cobrança de taxas e impostos dos
imóveis que serão regularizados.
Criticada pelo PT no governo
Celso Pitta (93-96), a anistia é defendida agora pelo líder do governo (leia texto nesta página).
Outros projetos
Além da anistia, há outros dez
projetos de interesse do governo
na pauta de convocação extraordinária da Câmara feita pela prefeita Marta Suplicy.
Entre os projetos, há o que anistia o comércio irregular nos corredores de uso especial. Proposta
pelo vereador José Mentor e encampada como prioridade pelo
governo, o projeto não tem apoio
integral nem na bancada do PT.
O projeto propõe a concessão
de um alvará provisório aos estabelecimentos irregulares instalados nos corredores de uso especial -ruas e avenidas que cruzam
bairros da cidade.
Os vereadores também se autoconvocaram extraordinariamente para votar um pacote de 79 projetos de autoria deles.
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